terça-feira, 27 de janeiro de 2009

A eventual desonestidade intelectual do sr. bastonário da Ordem dos Advogados...

Neste espaço, em várias ocasiões, elogiei a determinação e coragem do dr. Marinho Pinto, ilustre bastonário da Ordem dos Advogados, no combate a situações pouco claras, e até irregulares, na sociedade portuguesa.

Por isso, sinto alguma legitimidade para fazer o seguinte reparo:

O senhor bastonário, em diversas ocasiões, insurgiu-se contra a corrupção generalizada em Portugal.

Hoje, leio com espanto esta sua declaração: "Estes eram os métodos utilizados pela PIDE-DGS antes do 25 de Abril." (Marinho Pinto, bastonário da Ordem dos Advogados, sobre as buscas efectuadas ao escritório de advogados Vieira de Almeida e Associados no âmbito do caso Freeport. Jornal de Negócios, 27/01/2009, reproduzido pelo Expresso online.).

Ora, é sabido que as buscas a que se refere o senhor bastonário, executadas por Órgão de Policia Criminal, neste caso a PJ, foram autorizadas por um juiz com competência para o fazer.

Por outro lado, todos sabemos que a PIDE fazia buscas e prendia pessoas sem qualquer mandado.

Concluo, assim, que Marinho Pinto é contra a corrupção existente, mas discorda que se faça algo para a combater.

Acabei de ouvir/ver na SIC Notícias, o conceituado fiscalista José Luís Saldanha Sanches dizer algo com o qual estou completamente de acordo: "o senhor bastonário não pode ser contra a corrupção, à segunda-feira, e criticar os agentes que a combatem, à terça-feira."

Na minha modesta opinião, António Marinho Pinto, atira em todas as direcções e em tudo aquilo que mexe.

Estaremos, assim, perante alguém intelectualmente desonesto?

A. João

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