No dia 28 de Maio de 1975, forças do COPCON (Comando Operacional do Continente), comandadas por Otelo Saraiva de Carvalho, mas cumprindo ordens de Álvaro Barreirinhas Cunhal, na altura chefe do PCP, invadiram várias sedes do MRPP (Movimento Reorganizativo do Partido do Proletariado), incluindo a sede nacional na Avenida Álvares Cabral (que liga o Largo do Rato à Estrela), em Lisboa, e prenderam, sem mandado judicial, cerca de 400 militantes daquela força politica que se encontravam a fazer trabalho politico em diversos locais.
Ao contrário daquilo que viria a fazer Otelo, uns anos depois (ironias do destino!?), os militantes do MRPP não faziam terrorismo. Não assaltavam bancos. Não eliminavam pessoas fisicamente. A sua luta era outra. Era a luta das ideias.
O MRPP tinha uma forte implantação na juventude, particularmente na estudantil, que enfrentava e assustava o PCP que queria instalar em Portugal um "paraíso" modelo soviético.
- Otelo Saraiva de Carvalho -
Eu tinha 17 anos de idade, e fui um dos detidos. Estava a cometer o 'grave crime' de colaborar na feitura da secção cultural do "Luta Popular", o jornal do Movimento.
Já lá vão 45 anos, mas não consigo esquecer tamanha barbaridade.
Quando vejo dirigentes do PCP na televisão a falarem em falta de liberdade, fico revoltado com esses senhores.
Acontecimentos ocorridos no mesmo dia (28 de Maio de 1975), que ajudam a perceber o ataque ao MRPP:
- Manifestação de apoio ao MFA convocada pelo PCP, MDP e Intersindical, com discurso gratulatório de Costa Gomes (homem do PCP).
- Brigadeiro Vasco Gonçalves (homem do PCP) é promovido a general.
- Brigadeiro Otelo Saraiva de Carvalho (na altura leal ao PCP) é graduado no posto de general.
- Capitão Vasco Lourenço (homem do sector moderado, não alinhado ao PCP), porta-voz do Conselho da Revolução, assegura que o «processo revolucionário em curso não é propriedade de nenhum partido político».
- Brigadeiro Vasco Gonçalves (homem do PCP) é promovido a general.
- Brigadeiro Otelo Saraiva de Carvalho (na altura leal ao PCP) é graduado no posto de general.
- Capitão Vasco Lourenço (homem do sector moderado, não alinhado ao PCP), porta-voz do Conselho da Revolução, assegura que o «processo revolucionário em curso não é propriedade de nenhum partido político».
- Álvaro Barreirinhas Cunhal, o prisioneiro que virou carcereiro -