Destas mãos que falam, saem gritos d'alma, gemidos de dor, às vezes, letras com amor, pedaços da vida, por vezes sofrida, d'um quase iletrado escritor. Saem inquietações, também provocações, com sabor, a laranjas ou limões. Destas mãos que falam, saem letras perdidas, revoltas não contidas, contra opressões, das nossas vidas! (Alberto João)

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Donzília, mãe dos meus filhos, avó da minha neta...

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Te amo...
te amo de uma maneira inexplicável
de uma forma inconfessável
de um modo contraditório

Te amo,
com meus estados de ânimo que são muitos
e mudam de humor continuadamente
pelo que você já sabe
o tempo
a vida
a morte

Te amo,
com o mundo que não entendo
com as pessoas que não compreendem
com a ambivalência de minha alma
com a incoerência dos meus atos
com a fatalidade do destino
com a conspiração do desejo
com a ambigüidade dos fatos
ainda quando digo que não te amo, te amo
até quando te engano, não te engano
no fundo levo a cabo um plano
para amar-te melhor.

Te amo,
sem refletir, inconscientemente
irresponsavelmente, espontaneamente
involuntariamente, por instinto
por impulso, irracionalmente
de fato não tenho argumentos lógicos
nem sequer improvisados
para fundamentar este amor que sinto por ti
que surgiu misteriosamente do nada
que não resolveu magicamente nada
e que milagrosamente, pouco a pouco, com pouco e nada,
melhorou o pior de mim

Te amo...
Te amo com um corpo que não pensa
com um coração que não raciocina
com uma cabeça que não coordena
Te amo,
incompreensivelmente
sem perguntar-me porque te amo
sem importar-me porque te amo
sem questionar-me porque te amo

Te amo
simplesmente porque te amo
eu mesmo não sei porque te amo


(Giancarlo Pagliaro)

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"Horta do Zorate" é o blogue pessoal de Alberto João (Catujaleno), cidadão do mundo em autoconstrução desde 1958.