Farto dos aumentos dos combustíveis, vendi os carros velhos, que António Costa proibiu de entrar em Lisboa, e deixei de andar de transportes públicos, que também se aproveitam para aumentar os seus preços.
Coloquei uma manjedoura na garagem e comprei um BURRO.
Em segunda mão, com a pelagem já um pouco russa, mas que anda muito bem.
Mesmo na sua mais louca velocidade não corro o risco de ficar sem a carta de condução.
Aliás, nem é preciso carta de condução, inspecção, seguro e IUC (Imposto Único de Circulação).
Arranjo sempre lugar para estacionar e nunca nenhum fiscal da EMEL me incomodou por não lhe ter colocado na testa o bilhete do parquímetro.
Anda sempre, mesmo quando já não tem favas, cenouras e feno na barriga.
Nunca me deixou parado no meio de uma subida, obrigando-me a andar quilómetros para lhe ir buscar favas.
Passei a chegar a horas ao "Ai se eu te pego".
Não anda tão depressa como um carro, mas chega mais depressa.
Rio-me dos engarrafamentos.
O BURRO esgueira-se lindamente por entre os carros parados e por cima dos passeios.
Até sobe e desce escadas, onde não existe acesso para pessoas com mobilidade reduzida.
E é completamente ecológico.
Não consome gasolina, gasóleo nem óleo, mas produtos inteiramente biológicos e degradáveis, como favas, cenouras, cevada e outros ferrejos (verduras).
Quando o estaciono em jardins ou relvados, auto-abastece-se automaticamente.
E o que sai pelo seu tubo de escape não polui o ar nem faz buracos no ozono.
As suas bostas são do melhor fertilizante que há para a agricultura.
Estou a treiná-lo para dar coices em situações de Burro-Jacking.
Em Muge, aqui, quando zurra todos dizem ou pensam:
"Lá está o Burro do Alberto a zurrar!"
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