A sua morte pesou enormemente no movimento estudantil e revolucionário daquela época, mobilizou um grande número de pessoas até então não despertas para a luta política e o seu funeral transformou-se numa grande batalha contra o fascismo e contra a guerra colonial.
O exemplo político e o exemplo do carácter pessoal de Ribeiro Santos perduraram durante décadas e, apesar das actuais tentativas para os diluir ou mistificar, continuam bem fundas no coração dos revolucionários e antifascistas portugueses.
Vararam-te no corpo e não na força
e não importa o nome de quem eras
naquela tarde foste apenas corça
indefesa morrendo às mãos das feras.
Mas feras é demais. Apenas hienas
tão pútridas tão fétidas tão cães
que na sombra farejam as algemas
do nome agora morto que tu tens.
Morreste às mãos da tarde mas foi cedo.
Morreste porque não às mãos do medo
que a todos pôs calados e cativos.
Por essa tarde havemos de vingar-te
por essa morte havemos de cantar-te:
Para nós não há mortos. Só há vivos.
(José Carlos Ary dos Santos)
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