Destas mãos que falam, saem gritos d'alma, gemidos de dor, às vezes, letras com amor, pedaços da vida, por vezes sofrida, d'um quase iletrado escritor. Saem inquietações, também provocações, com sabor, a laranjas ou limões. Destas mãos que falam, saem letras perdidas, revoltas não contidas, contra opressões, das nossas vidas! (Alberto João)

quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

6 DE DEZEMBRO DE 1185 - MORTE DE D. AFONSO HENRIQUES

838 anos da morte de D. Afonso Henriques - 6 de dezembro de 1185



 

Faz hoje 838 anos que desapareceu fisicamente um bravo Cavaleiro cuja memória heroica haveria de permanecer viva para além da voragem dos séculos e de todos os regimes que se lhe seguiriam - El-Rey D. Affonso Anriques, Primus Rex Portugalensis, Pater Patris, fundador desta Pátria Portuguesa, falecido na cidade de Coimbra aos seis dias de Dezembro do Anno Domini Nostri Iesu Christi 1185.
Segundo Maria João Branco, é perfeitamente possível que o monarca tenha morrido de forma relativamente súbita, pelo facto de não conhecermos nenhum testamento depois do efetuado em 1179, e nem existir sinais de preparação da morte na sua chancelaria.
D. Afonso Henriques foi sepultado na Igreja de Santa Cruz de Coimbra, do qual era patrono, em campa rasa, aparentemente humilde. A tampa sepulcral possuía uma erudita inscrição latina, provavelmente escrita por um cónego regrante do mosteiro. Deixamos aqui a sua tradução, retirada da biografia de D. Afonso Henriques, do historiador José Mattoso:
“Aqui jaz um outro Alexandre, ou outro Júlio César, guerreiro invencível, honra brilhante do orbe. Douto na arte de governar, alcançou tempos seguros, alternando a sucessão da paz e das armas. Quanto a religião de Cristo deve a este homem provam-no os reinos conquistados para o culto da fé. Alimentado pela doçura da mesma fé, cumulou, além das honras do reino, riquezas para os pobres infelizes. Que foi defensor da Cruz e protegido pela Cruz assinala-o a Cruz, formada de escudos, no seu próprio escudo. Ó Fama imortal, ainda que reserves para ti tempos longos, ninguém pode proclamar palavras dignas de seus méritos.”
Três dias após a sua morte, no dia de Santa Leocádia (9 de Dezembro), D. Sancho I fez a sua entrada formal na “urbs regia” do pai e assumiu o poder pleno sobre o reino.

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