Há 31 anos, mais ou menos à hora que escrevo este post, foi realizado um atentado para liquidar Adelino Amaro da Costa, na altura ministro da Defesa de Portugal.
Francisco Sá Carneiro, então primeiro-ministro português, e seus acompanhantes, com pressa de chegar ao Porto - onde iria discursar num comício de apoio a Soares Carneiro, então candidato a Presidente da República - acabaria por apanhar boleia para a morte.
Os motivos, os mandantes e os executantes são conhecidos - há muitos anos - pelas diversas autoridades ligadas ao caso.
Na minha modesta opinião, naquela noite de 4 de Dezembro de 1980, politicamente Portugal não perdeu rigorosamente nada. Mas foram barbaramente assassinadas seis pessoas. Isso para mim é o mais relevante. Até porque tive a infeliz ideia de ver - ao vivo, no local onde caiu a aeronave - Sá Carneiro reduzido a 50 cm de comprimento. Imagem que passados 31 anos ainda retenho na cabeça com uma frescura quase actual.
Há dias, a propósito das constantes palermices que Otelo manda da boca para fora, alguns homens de Direita vieram a público lembrar que aquele capitão de Abril, também foi nos anos 80 líder de um grupo de bandidos (FP25). Fizeram bem. É preciso que a nossa memória colectiva não se esqueça, jamais, dos 13 homicídios levados a cabo pela ECA (FP25) do Projecto Global dirigido por ÓSCAR/Unidade (Otelo Saraiva de Carvalho), com destaque para o bárbaro assassinato de um bebé de quatro meses, em São Manços, Évora.
Mas não vejo/leio nenhum desses senhores a defender uma rigorosa investigação aos bandidos do atentado de Camarate.
Quando os mandantes, executantes e as vitimas são do mesmo quadrante politico, os actos não devem ser condenados?
Uma vida, independentemente do pensamento politico, religioso ou outro qualquer, não é sempre uma vida?
Até me dói a cabeça de saber tanto.
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