'António Costa é candidato a secretário-geral do Partido Socialista', garantia ontem à tarde o jornal dirigido pelo seu irmão Ricardo. Quem conhece o bom e próximo relacionamento destes dois irmãos (como é o meu caso), percebeu que a notícia avançada pelo Expresso, só podia ser verdadeira.
É com esta certeza que António José Seguro faz a sua intervenção inicial no Conselho Nacional de ontem à noite. Foi 'forte e feia' diz quem ouviu. Costa 'levou nas orelhas' antes de abrir a boca.
Quando Costa usou da palavra, anunciou aos seus colegas conselheiros a sua total disponibilidade para se recandidatar à Câmara de Lisboa e deixou uma advertência: se António José Seguro não conseguir unir o partido, então aí, ele, Costa, avançará como candidato a líder do PS.
Após a intervenção de Costa os 'ventos acalmaram' no Largo do Rato. Televisões e jornais dizem ao mundo que, afinal, António Costa, recuou na intenção de assumir em pleno Conselho Nacional a sua candidatura a secretário-geral do Partido.
Estávamos nisto, quando a agência Lusa, baseada em fontes próximas de Costa, difunde uma "bomba". Após a advertência de António Costa, conselheiros afectos a Seguro meteram 'lenha na fogueira' e o actual presidente da Câmara de Lisboa, concluiu que era "impossível" a Seguro unir o partido e assim fez saber que avançava com a candidatura a secretário-geral, por achar que era o socialista melhor colocado para unir o Partido Socialista.
«Ao fim de seis horas de reunião da Comissão Política, tudo acabou como começou:
António José Seguro é o secretário-geral do PS, recandidato ao cargo no próximo
congresso eletivo, "a ter lugar o mais depressa possível"; António Costa
mostrou-se disponível para ser o candidato por Lisboa à autarquia, mas não
avançou para disputar o lugar do atual líder, ao contrário de notícias
insistentes ao longo da tarde e noite, alimentadas por fontes próximas do
autarca.» (DN online, 30-01-2013).
Quem gosta de teatro, gosta de teatro. Praticado por profissionais ou amadores (já estive ligado a ambos), é teatro. Na minha vida ligada ao teatro já vi profissionais 'amadores' e amadores 'profissionais'. Ontem no número 2 do Largo do Rato, em Lisboa, aconteceu mau teatro. No fim, não aplaudi nem atirei tomates (até porque sou amigo dos dois Antónios), mas, lembrei-me de Miguel Relvas.