Destas mãos que falam, saem gritos d'alma, gemidos de dor, às vezes, letras com amor, pedaços da vida, por vezes sofrida, d'um quase iletrado escritor. Saem inquietações, também provocações, com sabor, a laranjas ou limões. Destas mãos que falam, saem letras perdidas, revoltas não contidas, contra opressões, das nossas vidas! (Alberto João)

sábado, 9 de abril de 2016

OS CABELOS BRANCOS DA AVÓ DA MINHA NETA



São belos
os brancos cabelos
da avó da minha neta.



Adoro olhar
sou feliz a tocar
apaixonado a beijar
os cabelos brancos
da avó da minha neta.



Aqueles cabelos que vi
de modo febricitante
com olhos de ver
e atenção bastante
pela primeira vez
na minha mocidade
quando a avó da minha neta
tinha 15 anos de idade.



Ai, como são lindos
sedosos
maravilhosos
deslumbrantes
mais que dantes
os cabelos brancos
da avó da minha neta.



Tendo medo de viver
ou morrer
sem tocar
sem beijar
e sem amar
os cabelos brancos
da avó da minha neta.



Será que no além
vou ter a sorte também
de contemplar
tocar e beijar
os cabelos brancos
da avó da minha neta?




Alberto João Catujaleno, Ribatejo, 9 de Abril de 2016
Também no blogue 'poeta e louco um pouco'

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