Destas mãos que falam, saem gritos d'alma, gemidos de dor, às vezes, letras com amor, pedaços da vida, por vezes sofrida, d'um quase iletrado escritor. Saem inquietações, também provocações, com sabor, a laranjas ou limões. Destas mãos que falam, saem letras perdidas, revoltas não contidas, contra opressões, das nossas vidas! (Alberto João)

sexta-feira, 29 de novembro de 2019

Camané - Esquina de Rua




Tinhas o corpo cansado
E a cidade era tão fria
Ninguém dormia a teu lado
Ninguém sabia que amado
O teu corpo se acendia

Andavas devagarinho
Pelas ruas de Lisboa
Em busca de algum carinho
Que te fosse pão e vinho
E te desse noite boa

Eras triste se sorrias
E mais nova se choravas
As palavras que dizias
Tinham dores e alegrias
E só ternura deixavas

Por ti não houve ninguém
Para quem te desses nua,
Podias ter sido mãe
Podias ter sido mãe
E foste esquina de rua


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"Horta do Zorate" é o blogue pessoal de Alberto João (Catujaleno), cidadão do mundo em autoconstrução desde 1958.