Destas mãos que falam, saem gritos d'alma, gemidos de dor, às vezes, letras com amor, pedaços da vida, por vezes sofrida, d'um quase iletrado escritor. Saem inquietações, também provocações, com sabor, a laranjas ou limões. Destas mãos que falam, saem letras perdidas, revoltas não contidas, contra opressões, das nossas vidas! (Alberto João)

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

O dia em que descobri que de alegria também se pode chorar


Ao ver este post da Associação 25 de Abril, veio-me à memória o dia em que descobri que se podia chorar de alegria.

Quando eu tinha 5 ou 6 anos, havia no meu bairro uma Mulher que recebia frequentemente aerogramas - carta por correio aéreo - do seu Marido que estava na guerra colonial.

Certa vez a minha vizinha Eduarda - penso que era este o seu nome - abriu e leu um aerograma na minha presença, e reparei que começou a chorar.

Ao ver aquilo, fui a correr contar à Senhora minha Mãe aquele dramático acontecimento.

Passados alguns minutos, a Dona Aurora - era este o nome da Senhora minha Mãe - chamou-me e tranquilizou-me: "Alberto, a Eduarda estava a chorar porque o seu Marido, que estava a combater no Ultramar, vem a caminho de casa".

Ora, desde esse dia, fiquei então a saber que de alegria também se pode chorar.


Noite Feliz para Todos!





Imagem in Facebook da Associação 25 de Abril

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"Horta do Zorate" é o blogue pessoal de Alberto João (Catujaleno), cidadão do mundo em autoconstrução desde 1958.