Os Césares foram uma dinastia de imperadores romanos que governaram o império entre os séculos I a.C. e I d.C.
O primeiro e mais famoso deles foi Júlio César, que transformou a república romana em um império autocrático, após vencer a guerra civil contra Pompeu.
Júlio César foi assassinado em 44 a.C. por um grupo de senadores que temiam sua tirania.
Seu sobrinho e herdeiro, Otávio, vingou sua morte e derrotou seus inimigos, tornando-se o primeiro imperador romano com o nome de Augusto.
Augusto iniciou um período de paz e prosperidade conhecido como Pax Romana, que durou cerca de dois séculos.
Os sucessores de Augusto foram membros de sua família ou de sua esposa Lívia, que formaram a dinastia júlio-claudiana.
Entre eles, destacam-se Tibério, Calígula, Cláudio e Nero, que tiveram governos marcados por escândalos, crueldades e perseguições.
A dinastia terminou com a morte de Nero em 68 d.C., após uma revolta militar.
Seguiu-se um ano de caos e guerra civil, até que Vespasiano se tornou imperador e fundou a dinastia flaviana.
Seus filhos Tito e Domiciano completaram a construção do Coliseu, o maior anfiteatro romano.
A dinastia flaviana foi sucedida pela dinastia dos Antoninos, que governaram entre 96 e 192 d.C.
Essa foi uma época de estabilidade e expansão do império, que atingiu sua maior extensão territorial sob Trajano.
Entre os Antoninos, destacam-se também Adriano, que construiu uma muralha na Britânia para proteger as fronteiras; Marco Aurélio, que enfrentou as invasões bárbaras e foi considerado um dos maiores filósofos estóicos; e Cômodo, que foi um imperador extravagante e sanguinário, retratado no filme Gladiador.
A morte de Cômodo em 192 d.C. marcou o início de uma nova crise no império, que durou até 284 d.C.
Nesse período, houve uma sucessão de imperadores efêmeros, usurpadores e rivais, que disputavam o poder em meio a guerras civis, revoltas populares, epidemias e invasões bárbaras.
O império se fragmentou em três partes: o Império das Gálias, o Império de Palmira e o Império Romano propriamente dito.
A situação só se normalizou com a ascensão de Diocleciano, que realizou uma série de reformas administrativas, militares, econômicas e religiosas para restaurar a ordem e a autoridade imperial.
Uma das principais medidas de Diocleciano foi dividir o império em duas partes: o Império Romano do Ocidente, com sede em Milão; e o Império Romano do Oriente, com sede em Nicomédia.
Cada parte seria governada por um imperador (augusto) e um vice-imperador (césar), formando a chamada tetrarquia.
Essa divisão visava facilitar a defesa e a administração do vasto território imperial.
No entanto, ela também acirrou as diferenças culturais, políticas e religiosas entre as duas metades do império.
O sucessor de Diocleciano foi Constantino, que se tornou o único imperador após vencer seus rivais na guerra civil.
Constantino é famoso por ter concedido liberdade religiosa aos cristãos, que eram perseguidos pelos imperadores anteriores; e por ter transferido a capital do império para Bizâncio, uma cidade estratégica no estreito de Bósforo, entre a Europa e a Ásia.
Constantino rebatizou a cidade como Nova Roma, mas ela ficou conhecida como Constantinopla.
A mudança da capital simbolizou a preferência de Constantino pelo Império do Oriente, que era mais rico e mais seguro do que o Império do Ocidente.
Após a morte de Constantino, o império foi novamente dividido entre seus filhos, que se envolveram em disputas pelo poder.
O último imperador a governar as duas partes do império foi Teodósio, que morreu em 395 d.C.
Teodósio também foi o responsável por tornar o cristianismo a religião oficial do império, proibindo as demais culturas pagãs.
A partir de então, o Império Romano do Ocidente e o Império Romano do Oriente seguiram caminhos distintos, com governos, leis, línguas e religiões diferentes.
O Império Romano do Ocidente entrou em um processo de decadência e desintegração, que culminou com sua queda em 476 d.C.
As principais causas desse declínio foram: as disputas internas pelo poder, que enfraqueceram a autoridade imperial; as invasões bárbaras, que devastaram as províncias e saquearam as cidades; a crise econômica, que provocou inflação, fome e pobreza; e o crescimento do cristianismo, que minou os valores e a identidade romana3.
O último imperador romano do Ocidente foi Rômulo Augusto, que foi deposto por um chefe militar germânico chamado Odoacro, que se tornou o rei da Itália.
O Império Romano do Oriente, por sua vez, conseguiu resistir às invasões bárbaras e manter sua unidade e prosperidade.
Ele passou a ser conhecido como Império Bizantino, em referência à antiga cidade de Bizâncio.
O Império Bizantino preservou a cultura e o legado romano por mais mil anos, até ser conquistado pelos turcos otomanos em 14532.
O Império Bizantino foi um dos principais centros da civilização medieval, destacando-se pela arte, pela arquitetura, pela literatura e pelo direito.
Sua capital, Constantinopla, foi uma das maiores e mais belas cidades do mundo antigo.
(Fonte: Estudos Históricos)
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