«Fernando Nobre lá renunciou ao cargo de deputado, que os eleitores de Lisboa em grande número lhe confiaram. Razão: não foi eleito presidente da Assembleia da República pelos restantes deputados. Que pena! Coitadinho: por ser tão vaidoso, não respeita o compromisso que estabeleceu com os eleitores e assume-se como uma verdadeira fraude democrática. Se fosse para ser presidente da Assembleia da República, Fernando Nobre teria todo o tempo do mundo, toda a disponibilidade... Como era "apenas" para ser deputado, já tem muito que fazer. A AMI já chama por ele. Haverá maior lata democrática?
Este episódio, apesar de muitos considerarem lateral, é revelador da degradação a que chegou a principal instituição da democracia portuguesa: a Assembleia da República. Ser deputado já é encarado como um cargo político menor, sem importância. E Fernando Nobre, que tanto gostava de se autoproclamar como um exemplo de intervenção e virtudes públicas, contribuiu para agravar a imagem da nossa democracia: parece que, de facto, estar na política pressupõe não cumprir a palavra. Seja quem for: são todos os iguais. Este é o único contributo tangível que a fugaz passagem de Fernando Nobre pela política deixa.
Mais grave: Fernando Nobre faltou à verdade. Recordamos os caros leitores que, quando o EXPRESSO publicou a entrevista em que Fernando Nobre afirmava que, caso não fosse eleito presidente não ficaria como deputado, aceitou, de imediato, dar uma entrevista televisiva a negar tais declarações. Afinal, o EXPRESSO mostrou rigor e isenção - Fernando Nobre é que mentiu. Ele e o partido que lhe deu cobertura: no caso, o PSD. Como é que Passos Coelho foi na conversa de prometer que elegeria Fernando Nobre presidente da Assembleia da República, em troca da sua inclusão nas listas do PSD? Esta história não dignifica ninguém!
Por último, eu, que ainda dei o benefício da dúvida a Fernando Nobre, hoje sou levado a admitir que seria um péssimo presidente do Parlamento. Primeiro, porque é vaidoso até dizer chega, só pensando em si e no seu futuro político; segundo, porque iria aproveitar-se do peso institucional do cargo para lançar a sua candidatura a Belém, mantendo um espaço de manobra político próprio.
Enfim, Fernando Nobre foi uma autêntica desilusão.»
por João Lemos Esteves, Expresso online, 05-7-2011
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1 comentário:
Esse muda de opinião todas as semanas.
Na intimidade, no seu leito, será que está sempre a dizer que: "hoje não querida, pois doi-me a cabeça".
-( ela diz):"Mas tu prometeste que hoje era o dia"... - (diz ela)
-"Não querida", (deve ele dizer)... Eu não menti... Eu simplesmente me esqueci de dizer a verdade)"!
Assim vai a nossa classe política em geral!
Todos CONCORREM ao TACHO, mas na hora de esfregar o arroz queimado no fundo... ninguém quer!
Venham mais jobs for the boys em empresas publico - privadas...
Eu também gostava de exercer um trabalhinho desses, serviço de ourives, que me desse infinitos conhecimentos com os mafiosos que fazem o dinheiro mexer no nosso País.
Comer e beber à "PALA"(borla), ter casa, carro com chouffer telefone, deslocações e viagens pagas, ajudas de custo em geral, e muitos jornais e revistas à pala, para ler nas horas em que o Rancisco Louçã e gerónimo Martins discursam.
Venham novos políticos!
Gente honesta, com sentido de equidade e justiça social, pois este país é o mais atrasado da Europa do Sarcozy e da Merkel
Atravéz do voto corram com os actuais Velhos do Restelo!
Gostava de ver o meu país próspero, e não apenas uma colónia das ex. colónias, que agora até nos compram a dívida soberana.
Amanhã, estão a enviar para cá os deputados do parlamento deles, e vão querer referendar sobre a nossa independência...
Abraço Amigo Alberto João
F.C.
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