Destas mãos que falam, saem gritos d'alma, gemidos de dor, às vezes, letras com amor, pedaços da vida, por vezes sofrida, d'um quase iletrado escritor. Saem inquietações, também provocações, com sabor, a laranjas ou limões. Destas mãos que falam, saem letras perdidas, revoltas não contidas, contra opressões, das nossas vidas! (Alberto João)

segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

SONHO




Com o corpo coberto por cetim
Vieste ter comigo de madrugada
Fizeste despertar o desejo em mim
Ó minha febricitante e doce amada
O vento agreste, quase gelado da rua
Empurrou-te para mim, caminheira
Quando o cetim vermelho deslizou ficaste nua
Ficámos ambos nus frente à lareira
Fizemos amor até ao romper da aurora
O bolero de Ravel tocou vezes que nem sei
Eu não queria, tu não querias, ir embora
Foi quando, agitado, entretanto, acordei.



Alberto João Catujaleno,
Muge, 30 de dezembro de 2019


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"Horta do Zorate" é o blogue pessoal de Alberto João (Catujaleno), cidadão do mundo em autoconstrução desde 1958.