Destas mãos que falam, saem gritos d'alma, gemidos de dor, às vezes, letras com amor, pedaços da vida, por vezes sofrida, d'um quase iletrado escritor. Saem inquietações, também provocações, com sabor, a laranjas ou limões. Destas mãos que falam, saem letras perdidas, revoltas não contidas, contra opressões, das nossas vidas! (Alberto João)

quinta-feira, 30 de novembro de 2023

VIRIATO - HERÓI LUSITANO



 

Chefe militar lusitano, crê-se que terá vivido no século II a. C., foi um dos mais importantes chefes que liderou o povo contra o domínio que Roma exerceu na Península Ibérica.
Os testemunhos que perduraram, como o do historiador Diodoro, mencionam Viriato como natural da zona compreendida entre os rios Douro e Tejo.
Provavelmente pastor e familiarizado com a vida nas montanhas, tornou-se chefe dos Lusitanos por volta do ano 148 a. C., tendo, enquanto tal, oferecido uma forte oposição à pressão romana.
Habituado a combater, contagiou o seu povo e incentivou-o a lutar pelos seus direitos, não se sujeitando a acordos que Roma raramente cumpria e que deixavam os Lusitanos em desvantagem.
Conquistando progressivamente zonas como Segóbriga, a Mancha e a Bética, tornou-se uma preocupação para os Romanos a partir de 143 a. C.
Um dos combates mais importantes que travou contra as forças romanas foi o de Erisane (situada no sul da Andaluzia), onde em 141 a. C. conseguiu fazer um cerco ao exército romano liderado por Fábio Máximo Serviliano.
Este confronto foi decisivo por marcar o fim da resistência armada oposta a Roma, tendo Viriato em nome do seu povo aceite um acordo com Serviliano e o Senado romano em que os Lusitanos viam a sua independência reconhecida e passavam a possuir o estatuto de "amigos do povo romano" ou amicus populi romani.
Esta paz não duraria muito, uma vez que um ano depois o governador da Hispânia Ulterior (onde se inseria a Lusitânia) mudou e Quinto Servílio Cepião passou a assumir o comando.
Este voltou a abrir as hostilidades, uma vez que, tal como o Senado, sentia que Roma estava a ser desonrada com o acordo levado a cabo por Serviliano.
Viriato, num intento de manter a paz duramente conseguida, dirigiu-se ao governador da Hispânia Citerior, Marco Popílio Lenate, mas este fez exigências consideradas humilhantes pelo chefe Lusitano que de novo se virou para Cepião, enviando-lhe como embaixadores os seus amigos Minuro, Áudax e Ditalco.
Quando estes retornaram da sua missão assassinaram Viriato, que desta forma faleceu no ano 139 a. C.
A este chefe ainda sucedeu Táutalo, mas a vontade de independência dos Lusitanos tinha-se enfraquecido irremediavelmente e a sua liderança pouco durou.

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"Horta do Zorate" é o blogue pessoal de Alberto João (Catujaleno), cidadão do mundo em autoconstrução desde 1958.