Destas mãos que falam, saem gritos d'alma, gemidos de dor, às vezes, letras com amor, pedaços da vida, por vezes sofrida, d'um quase iletrado escritor. Saem inquietações, também provocações, com sabor, a laranjas ou limões. Destas mãos que falam, saem letras perdidas, revoltas não contidas, contra opressões, das nossas vidas! (Alberto João)

quarta-feira, 23 de outubro de 2024

Parece que foi ontem... mas faz hoje 49 anos




Cerca das 17 horas do dia 23 de outubro de 1975, pelos altifalantes da Fábrica de Malhas Trancão, em Sacavém, a inesquecível Ana Maria Henriques solicita: "Atenção, Alberto, é favor atender o telefone".
Era habitual ouvir este pedido da Ana Maria, pois a fábrica tinha várias extensões telefónicas nos dois pisos, e eu percorria a fábrica para saber em que posição se encontravam as encomendas de clientes que ligavam a reclamar eventuais atrasos na entrega, e aproveitava para meter a conversa em dia com colegas.
Naquele dia, uma quinta-feira, a voz da Ana Maria nos altifalantes não tinha a habitual simpatia e alegria, e quando atendi o telefone percebi a razão do seu tom de voz: "Alberto, o senhor Idílio Vilela do Catujal quer falar contigo. Vou passar a chamada."
Eu tinha 17 anos de idade e naquele momento recebi a notícia mais dramática da minha vida: o meu Herói tinha partido para outra dimensão, aos 58 anos de idade.
Partiu cedo, muito cedo, e levou com ele um pedaço irrecuperável de mim. 💔




Na primeira foto estou ao colo da minha Mãe, com o meu Pai ao lado, no dia do meu Batizado, em 1958, na Capela de Nossa Senhora da Saúde (segunda foto, por mim tirada em 2014), em Sacavém.

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"Horta do Zorate" é o blogue pessoal de Alberto João (Catujaleno), cidadão do mundo em autoconstrução desde 1958.