O primeiro rei de Portugal considerava que mouros e judeus poderiam ficar no reino, se assim o entendessem.
O rei protegeu estas duas comunidades.
Muitos mouros ficaram, na zona entre Coimbra e Lisboa, influenciando a cultura local.
No reinado de D. João II, a zona do Zambujeiro, Camarate, era moura.
No Algarve, os mouros eram donos de três quartos das terras.
Os mouros eram médicos e comerciantes, fazendo parte da classe alta.
Havia comunas de mouros em Alcácer do Sal, Beja, Coimbra, Elvas, Évora, Faro, Lisboa, Loulé, Moura, Santarém, Setúbal, Sines e Tavira.
Relativamente aos judeus, D. Afonso Henriques desenvolveu uma grande amizade com Yahia Ben Yahia, que viria a ser ministro das finanças.
Totalmente integrado na sociedade portuguesa, combateu ao lado do rei, ajudando a conquistar Santarém.
Recebeu, como recompensa, a zona de Unhos, Frielas e Aldeia dos Negros.
A influência judaica foi essencial no desenvolvimento das artes, letras e ciências.
Pedro Nunes, Garcia de Orta, Abraão Zacuto, cujo astrolábio foi preponderante nos descobrimentos; Espinosa, o filósofo de origem portuguesa, nascido na Holanda, mas que, sempre que se lhe colocava uma questão difícil, respondia que pensava sempre em português, pelo que tinha de pensar, antes de responder.
Da moura Camarate à judia Frielas são menos de cinco quilómetros, o que diz muito sobre a sã convivência entre as duas comunidades.
As religiões, quando eram consideradas apenas como um assunto do foro pessoal, não prejudicavam o normal funcionamento da sociedade, em que todos eram cidadãos.
Ou volta a ser assim, ou adeus mundo.
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