Desde o reinado de D. Duarte (1433-1438), o herdeiro presuntivo da coroa de Portugal, normalmente o filho varão mais velho do rei, passou a ter o título de Príncipe, distinguindo-se assim dos seus irmãos, que tinham o título de Infante.
Até essa altura, o herdeiro do trono tinha igualmente o título de Infante.
Esta alteração foi introduzida por influência inglesa (muito sentida na corte portuguesa através da rainha D. Filipa de Lencastre, graças à qual já se havia introduzido em Portugal o uso do título de Duque para os membros da família real não herdeiros do trono), ainda que o uso fosse consagrado por imitação das coroas de Castela e Aragão - reinos onde os herdeiros das coroas se passaram a chamar, respectivamente, Príncipe das Astúrias (desde 1388) e Príncipe de Girona (desde 1416).
Também em Navarra o herdeiro passaria a ser chamado Príncipe de Viana desde 1440.
Dessa forma, para não ficar menosprezado em termos de prestígio, decidiu el-rei de Portugal adoptar também o título de príncipe para o herdeiro da coroa portuguesa.
A partir do reinado de D. João IV (1645) o herdeiro da coroa passou a intitular-se Príncipe do Brasil caso fosse varão, ou Princesa da Beira caso fosse do sexo feminino.
Em 1734, todos os herdeiros presuntivos do trono passaram a ter o título de Príncipe do Brasil, independentemente do seu sexo.
Já o título de Príncipe da Beira passa a ser o do herdeiro do Príncipe do Brasil (portanto o do segundo na linha de sucessão), também independentemente do seu sexo.
Em 1815, com a elevação do Brasil à condição de Reino dentro do chamado Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, o herdeiro presuntivo da coroa passa a ser chamado Príncipe Real do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves e, finalmente, após a independência do Brasil, Príncipe Real de Portugal, título que se manteve até à extinção do regime monárquico em 1910.
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