«PORQUÊ TANTA POBREZA?
No século XXI e a vivermos na Europa, um dos continentes mais desenvolvidos do planeta, muitos anos depois das diversas revoluções industriais a que a Europa assistiu e receptores das mais diversas tecnologias que aumentaram de forma sustentada o crescimento da produtividade, viver no meio da pobreza como acontece em Portugal não é de todo compreensível e justifica a pergunta, porquê?
Para o PCP e para o Bloco de Esquerda a resposta é fácil, trata-se da má distribuição da riqueza e se formos buscar o dinheiro onde ele está, nos bolsos dos ricos, todos viveremos felizes e contentes para sempre. Tese que tem apenas um pequeno problema: onde não há ricos há ainda mais pobres. Em Portugal, depois de algumas tentativas bem-sucedidas de reduzir o número dos ricos, a pobreza não desapareceu.
Por outro lado, há sociedades onde o fim dos ricos e das desigualdades foi tentada, como na União Soviética, na Polónia, na República Checa, na Hungria e, mais modernamente, em Cuba, na Coreia do Norte e na Venezuela, com os maus resultados que todos conhecemos. De facto, o fim dos regimes políticos da suposta igualdade foi obtido pela vontade dos mais pobres e mais descontentes, como está a acontecer agora na Venezuela. Que o PCP se reveja na Venezuela e em Cuba, só pode resultar dos seus dirigentes terem perdido de todo o sentido de orientação. Os países escandinavos, cuja política é acabar com os pobres e não com os ricos, têm dos melhores níveis de vida do mundo.
No caso de Portugal, a política dos últimos anos de distribuição da pouca riqueza produzida, patrocinada pelo Partido Socialista de António Costa, cristalizou a economia, enquanto os países do Leste, saídos da Cortina de Ferro, têm hoje crescimentos e rendimentos per capita superiores aos nossos e menor pobreza. A Irlanda, um pequeno país dominado pela pobreza até há poucos anos, reduziu drasticamente os impostos das empresas detidas pelos ricos e em pouco tempo obteve um dos melhores
níveis de crescimento económico, e o rendimento per capita dos irlandeses é hoje o dobro do rendimento dos portugueses.
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ESTADO E PARTIDOS
Pouco a pouco, os partidos políticos portugueses no poder tornaram-se donos do Estado, desde logo criando empregos para os seus dirigentes e apoiantes, geralmente impreparados para os cargos que ocupam, com a consequência das suas decisões e omissões recusarem os portugueses mais qualificados que poderiam conduzir ao desenvolvimento da economia e do país. Em vez disso, as escolhas são feitas para servir os interesses dominantes dos partidos, pior no caso do PS por duas razões: porque o PS tem ocupado o poder há muito mais tempo e porque as escolhas de base ideológica cresceram com os anos.
A abundância de dinheiro com origem na União Europeia permitiu também que de forma crescente os partidos, através do Estado, tenham, pouco a pouco, passado a dominar as instituições supostamente livres da sociedade. Por exemplo, o dinheiro investido pelo Estado nas associações empresariais
e sociais, como outras, retiraram-lhes a necessária independência e, não poucas vezes, tornaram-se correias de transmissão do poder político
(…) »
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