Destas mãos que falam, saem gritos d'alma, gemidos de dor, às vezes, letras com amor, pedaços da vida, por vezes sofrida, d'um quase iletrado escritor. Saem inquietações, também provocações, com sabor, a laranjas ou limões. Destas mãos que falam, saem letras perdidas, revoltas não contidas, contra opressões, das nossas vidas! (Alberto João)

domingo, 1 de setembro de 2024

Pias ou Aspias (Serpa, Beja, Alentejo)



A origem do nome da vila de "Pias" deve-se ao facto de antigamente ter havido nesta zona a produção de manufaturas em granito que eram extraídas das saliências rochosas e que eram utilizadas para dar de comer e beber aos animais.
Também era atribuído o nome de "Pias" aos buracos que ficavam nas rochas após se extraírem as mós para os moinhos, às pias e às soleiras que no Inverno se enchiam de água, assim como à existência de mulheres pias (ou seja, piedosas ou devotas) nesta região.
O desenvolvimento desta indústria e a sua diversificação levou a que muitos escavadores de pedras se viessem a instalar nesta zona e, em face da indústria praticada, o nome do local se passasse a chamar de Pias ou Aspias.
Na linha ondulante da paisagem, aparecem as pequenas casas da vila de Pias, apenas interrompidas pela alta Torre do Relógio.
A verdadeira descoberta nesta simpática vila de casas brancas, é quem lá vive.
Dá gosto ouvir o Cante Alentejano, feito de vozes masculinas e cantado pausadamente ao ritmo dos pés a bater na terra.
O seu artesanato está representado pelos trabalhos feitos em ferro forjado e em madeira.
Nesta terra de pão, azeite e vinho, a gastronomia é feita de produtos simples, como o caldo de poejos os cogumelos do campo ou a cabeça de borrego.
Mas os pratos de caça são também aqui uma especialidade.
E como diz o proverbio popular: "Lá vai Serpa, lá vai Moura e as Pias ficam no meio".
Um lugar a ter em conta para visitar.
(Texto de José Pessoa)

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"Horta do Zorate" é o blogue pessoal de Alberto João (Catujaleno), cidadão do mundo em autoconstrução desde 1958.