Uma queixa apresentada na GNR por uma mulher com a qual manteria um relacionamento poderá ser um dos motivos que terão levado o 2.º comandante da PSP de Santarém a atirar-se de uma ponte sobre o Tejo em Santarém.
Até ao final da tarde de ontem, os bombeiros continuavam a procurar no rio, junto a Santarém, o corpo de Aguinaldo Cardoso, que está desaparecido desde sexta-feira. Mergulhadores dos bombeiros de Santarém, Alpiarça e Cartaxo prosseguiram ontem, durante o dia inteiro, as buscas do corpo de Aguinaldo Cardoso, que foi visto por testemunhas a sair do carro e a saltar da ponte D. Luís, por volta das 17.30 de anteontem. O carro do subintendente da PSP foi encontrado parado em cima do tabuleiro da ponte, com as chaves na ignição e as janelas abertas.
As correntes muito fortes dificultaram o trabalho dos mergulhadores e as buscas - que foram interrompidas na sexta-feira ao final do dia (por falta de luz) e prosseguiram ontem -, serão retomadas hoje de manhã. Durante todo o dia de ontem, no local, além de muitos agentes da polícia, estiveram a GNR, o INEM e os bombeiros de Santarém, Cartaxo e Alpiarça, com meios de salvamento aquático e brigadas cinotécnicas.
O dirigente do Sindicato dos Profissionais de Polícia (SPP), António Ramos, declarou ao DN que este desaparecimento "foi uma grande e desagradável surpresa para todo os elementos da PSP de Santarém, com os quais sempre manteve um bom relacionamento, mesmo tendo desempenhado as funções de comandante distrital durante mais de um ano".
António Ramos afirmou que "tudo indica que o subintendente andava sob uma grande pressão nos últimos tempos devido a uma queixa apresentada na GNR, contra ele, por uma mulher, por questões que nada têm a ver com o exercício da actividade".
Sem querer adiantar pormenores, António Ramos apenas disse que "Aguinaldo procurou a ajuda do Sindicato, mas apenas pediu apoio jurídico, e ninguém imaginou sequer que também estivesse a precisar de apoio psicológico, como se verifica agora que precisava". O sindicalista recordou um outro caso, de "um comissário em Lamego, que também não procurou ajuda psicológica e se suicidou por não aguentar a pressão a que se encontrava sujeito por ter sido alvo de queixas". "Quando se está em cargos de comando, a preocupação com a imagem pública pode agravar o estado psicológico de uma pessoa que está braços com uma queixa", comenta o dirigente do SPP.
António Ramos afirma que "em muitos casos, a acção da Inspecção-Geral da Administração do Território [IGAT] tem sido negativa para os agentes, que receiam intervir na rua e usar a força, para evitar sofrer um processo no IGAI". Em contrapartida, António Ramos sublinha que "não houve ainda uma única condenação de um indivíduo, pela lei que veio agravar as penas, para os agressores de agentes de forças de segurança, embora quase todos os dias existam agressões a polícias". "
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in DN online, 29-3-2009
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