Entrei na dança de roda
Mas não cheguei a dançar.
Enganei todas as voltas
– Não me deixaram ficar
Desci por não ter mais forças
As águas verdes sem fundo.
Mesmo que voltem as forças
Não quero voltar ao mundo.
Entrei na dança e pedi
Alguém que fosse meu par.
Não falei senão de ti
– Não me deixaram ficar.
Desci por não ter mais forças
As águas verdes do lago.
Mesmo que voltem as forças
Não voltarei a ser escravo.
Entrei na dança contente
De poder enfim dançar.
Quando viram quem eu era
– Não me deixaram ficar.
Desci por não ter mais forças
As águas verdes sem fim.
Mesmo que voltem as forças
Não me separo de mim.
Poema de Luís de Macedo
Fado do repertório de Camané, aqui cantado por um fadista amador
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