Destas mãos que falam, saem gritos d'alma, gemidos de dor, às vezes, letras com amor, pedaços da vida, por vezes sofrida, d'um quase iletrado escritor. Saem inquietações, também provocações, com sabor, a laranjas ou limões. Destas mãos que falam, saem letras perdidas, revoltas não contidas, contra opressões, das nossas vidas! (Alberto João)

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Dança de Volta...




Entrei na dança de roda

Mas não cheguei a dançar.

Enganei todas as voltas

– Não me deixaram ficar


Desci por não ter mais forças

As águas verdes sem fundo.

Mesmo que voltem as forças

Não quero voltar ao mundo.



Entrei na dança e pedi

Alguém que fosse meu par.

Não falei senão de ti

– Não me deixaram ficar.


Desci por não ter mais forças

As águas verdes do lago.

Mesmo que voltem as forças

Não voltarei a ser escravo.



Entrei na dança contente

De poder enfim dançar.

Quando viram quem eu era

– Não me deixaram ficar.



Desci por não ter mais forças

As águas verdes sem fim.

Mesmo que voltem as forças

Não me separo de mim.









Poema de Luís de Macedo



Fado do repertório de Camané, aqui cantado por um fadista amador

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"Horta do Zorate" é o blogue pessoal de Alberto João (Catujaleno), cidadão do mundo em autoconstrução desde 1958.