Destas mãos que falam, saem gritos d'alma, gemidos de dor, às vezes, letras com amor, pedaços da vida, por vezes sofrida, d'um quase iletrado escritor. Saem inquietações, também provocações, com sabor, a laranjas ou limões. Destas mãos que falam, saem letras perdidas, revoltas não contidas, contra opressões, das nossas vidas! (Alberto João)

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Qualquer cidadão digno e livre está obrigado a concordar com o ministro Vieira da Silva...

«O ministro da Economia afirmou hoje, quarta-feira, que usou a expressão "espionagem política" para caracterizar as escutas às conversas do primeiro-ministro com o ex-dirigente socialista Armando Vara, porque se tratou de uma "lamentável violação do segredo de justiça".

Vieira da Silva falava na Assembleia da República, na Comissão de Assuntos Constitucionais, para a qual foi chamado e depor na sequência de um requerimento do PSD, que foi aprovado por todos os partidos da oposição com a abstenção do PS.

A 13 de Novembro, em entrevista à Antena 1, Vieira da Silva foi instado a comentar as escutas telefónicas envolvendo conversas entre José Sócrates e Armando Vara, no âmbito do processo "Face Oculta", e que foram mencionadas pelo semanário "Sol".

Vieira da Silva falou então em "espionagem" política, expressão contestada por todas as forças da oposição, sobretudo pelo PSD.

"As afirmações que deram origem a várias reacções e a esta reunião fi-las com plena consciência do que estava a afirmar. Não foi uma gaffe, não foi um deslize, mas uma afirmação que fiz conscientemente", declarou o ministro da Economia, respondendo a uma questão formulada pelo deputado social-democrata Miguel Macedo.

O ex-secretário de Estado social-democrata tinha questionado o ministro socialista sobre que factos dispõe para sustentar a existência de espionagem política a propósito das escutas das conversas telefónicas entre Sócrates e Armando Vara, considerando que este tipo de afirmação "é da maior gravidade" por levantar a suspeita sobre uma actuação "inconstitucional" dos órgãos de investigação criminal e da magistratura judicial.

Vieira da Silva disse estar consciente das responsabilidades que tem enquanto membro do Governo e de dirigente partidário, mas frisou que essas afirmações sobre "espionagem política" se inserem no seu direito enquanto cidadão de "liberdade de expressão".

O ministro da Economia queixou-se de as suas declarações terem sido "truncadas", contrapondo que essas afirmações foram proferidas quando o jornal "Sol", pela segunda vez, fez alusão a escutas em que um dos intervenientes é o primeiro-ministro, "mas dessa vez com algum detalhe sobre o conteúdo das escutas".

"Manifestei a minha preocupação extrema sobre uma sequência de acontecimentos. Disse que existiram escutas, em que intervém José Sócrates, expressando dúvidas sobre a correcção procedimental dessas escutas. Nunca deixei de acrescentar dois outros aspectos: houve uma utilização dessas escutas para publicitação de notícias, não apenas sobre a sua existência, mas também sobre o seu conteúdo, numa das mais lamentáveis fugas ao segredo de justiça que conheço em Portugal nos últimos anos", sustentou.

Vieira da Silva insurgiu-se ainda contra o "aproveitamento político das notícias".

"Esse aproveitamento político tinha sido feito na véspera da minha entrevista pela presidente do PSD, Manuela Ferreira Leite. A minha intervenção foi sobre uma sequência de factos, numa clara violação do Estado de Direito", justificou.»
in JN online, 02-12-2009

Sem comentários:

Contador, desde 2008:

Localizador, desde 2010:

Acerca de mim

A minha foto
"Horta do Zorate" é o blogue pessoal de Alberto João (Catujaleno), cidadão do mundo em autoconstrução desde 1958.