«A aprovação do casamento gay é um exemplo de como legislar sem usar os neurónios. Que nos diz a proposta? Duas coisas: casamento, sim; adopção, não.
Será isto possível? Pessoalmente, sou contra o casamento gay. Mas não creio que seja sustentável aprovar a grinalda e deixar de fora o menino das alianças. O arranjo parece-me juridicamente aberrante e, mais, absolutamente singular entre os (poucos) países que seguiram a moda.
Mas existe uma consequência suplementar da proposta: até agora, qualquer adulto solteiro, independentemente da orientação sexual, podia adoptar uma criança. E seria até possível, num quadro de união civil, continuar a acomodar esse direito (lembrar o Reino Unido). A partir de 2010, a nova lei encosta o homossexual lusitano à parede e dá-lhe uma única opção: ou um cônjuge, ou um filho. Os dois é que não. Rico avanço.»
João Pereira Coutinho, Colunista, CM online, 19-12-2009
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