Presidente moçambicano e Joaquim Chissano cúmplices com o narcotráfico
«Telegramas da embaixada norte-americana em Maputo, divulgados pelo WikiLeaks, revelam que Presidente moçambicano, Armando Emílio Guebuza, e antecessor Joaquim Chissano estão envolvidos com o narcotráfico.
- Presidente de Moçambique, Armando Guebuza, à direita, suspeito de ser cúmplice do narcotráfico -
Em Moçambique , o poder político ao mais alto nível está comprometido com o narcotráfico, revelam telegramas confidenciais da embaixada norte-americana em Maputo, divulgados pelo portal WikiLeaks, que envolvem o presidente Guebuza e o seu antecessor, Joaquim Chissano.
O narcotráfico tem uma base segura em Moçambique, rota da cocaína que chega do Brasil, do haxixe do Paquistão e da heroína produzida no Afeganistão, afirmam diplomatas americanos em correspondência divulgada pelo site WikiLeaks e publicada ontem pelo jornal "Le Monde".
Após a Guiné-Bissau, Moçambique tornou-se "o segundo lugar africano mais ativo para a actividade dos traficantes de droga", relatou num telegrama, no verão do ano passado, o representante diplomático da Embaixada dos EUA na capital moçambicana.
Tentáculos do polvo
Moçambique "não é um completo narco-Estado corruto, mas segue numa direção inquietante", destaca o diplomata. Segundo o funcionário americano, a cocaína chega "por avião a Maputo procedente do Brasil", e o haxixe e a heroína vêm por via marítima de "Paquistão e Afeganistão".
As drogas alimentam o mercado sul-africano ou seguem para a Europa.
O narcotráfico é dirigido por dois moçambicanos de ascendência asiática, Mohamed Bachir Suleiman, conhecido como "MBS", e Ghulam Rassul Moti, cujas atividades eram impossíveis sem a cumplicidade ao mais alto nível do Estado, segundo a correspondência diplomática.
"MBS tem laços diretos com o presidente Armando Guebuza e com o ex-presidente Joaquim Chissano", revela um telegrama diplomático de 28 de setembro de 2009 divulgado pelo WikiLeaks. "Suleiman contribuiu em grande parte para financiar a Frelimo (partido do Governo) e ajudou significativamente nas campanhas eleitorais" de Guebuza e Chissano.
O diplomata americano explica que "a administração do porto de Nacala, célebre por permitir a passagem de droga procedente do sudeste asiático, foi entregue recentemente a Celso Correira, presidente executivo da Insitec, uma empresa de fachada de Guebuza".»
in Expresso online, 09-12-2010
Nota do Zorate:
Uma pergunta para os críticos do WikiLeaks: esta divulgação é de interesse público ou não?
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