Destas mãos que falam, saem gritos d'alma, gemidos de dor, às vezes, letras com amor, pedaços da vida, por vezes sofrida, d'um quase iletrado escritor. Saem inquietações, também provocações, com sabor, a laranjas ou limões. Destas mãos que falam, saem letras perdidas, revoltas não contidas, contra opressões, das nossas vidas! (Alberto João)

domingo, 19 de novembro de 2023

Sara Tavares deixou-nos hoje, aos 45 anos de idade



 

Esta noite vou ficar assim
Prisioneira desse olhar
De mel pousado em mim
Vou chamar a música
Pôr à prova a minha voz
Numa trova só pra nós
Esta noite vou beber licor
Como um filtro redentor
De amor, amor, amor
Vou chamar a música
Vou pegar na tua mão
Vou compor uma canção
Chamar a música
Música
Tê-la aqui tão perto
Como o vento no deserto
Acordado em mim
Chamar a música
Música
Musa dos meus temas
Nesta noite de açucenas
Abraçar-te apenas
É chamar a música
Esta noite não quero a TV
Nem a folha do jornal
Banal que ninguém lê
Vou chamar a música
Murmurar um madrigal
Inventar um ritual
Esta noite vou servir um chá
Feito de ervas e jasmim
E aromas que não há
Vou chamar a música
Encontrar à flor de mim
Um poema de cetim
Chamar a música
Música
Tê-la aqui tão perto
Como o vento no deserto
Acordado em mim
Chamar a música
Música
Musa dos meus temas
Nesta noite de açucenas
Abraçar-te apenas
É chamar a música.

Obrigado, Sara! ❤ 🙏🏼

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"Horta do Zorate" é o blogue pessoal de Alberto João (Catujaleno), cidadão do mundo em autoconstrução desde 1958.