«No seu livro, Francisco Guerra conta como foi violado pelo antigo motorista da instituição, Carlos Silvino, e por "muitos outros", alguns investigados no âmbito do processo Casa Pia e condenados em Setembro, mas que têm os nomes alterados neste livro.
O antigo casapiano revela um especial ódio pelo "político" a quem chamou "Pedro Ramos": "É, de todos, aquele de quem tenho mais nojo e o que mais odeio. (...) Foi sempre o que mais me maltratou. Era muito mais violento do que os outros e batia-me enquanto me penetrava".
Este político, conta, esteve preso, mas acabou por sair em liberdade sem qualquer acusação, o que levou Francisco Guerra a tentar o suicídio: "Senti que o mundo desabava. Eu, que ao longo do inquérito tinha aprendido a confiar na justiça, senti que me tinham enganado. Era uma injustiça sem tamanho que aquele homem, que me tinha violado e batido violentamente, que tanto me tinha maltratado, fosse sair da prisão".
Francisco Guerra conta ainda como foi estar dentro da "rede", uma vez que passou a "combinar os encontros com os outros miúdos", e como encontrou uma "verdadeira rede de pedofilia com ramificações internacionais".
Antes de ser preso, o motorista Carlos Silvino terá passado a Francisco Guerra "fotografias de alunos da Casa Pia a serem abusados por homens, uns que foram julgados e outros que nunca foram chamados à Judiciária". Carlos Silvino terá ainda entregue a Francisco Guerra "agendas com nomes e números de telefone e alguns papéis com contactos". O casapiano diz que destruiu tudo.»
"Pedro Ramos"
Texto in DN online, 22-11-2010
Imagens in Google
Título do post de Zorate
Sem comentários:
Enviar um comentário