Destas mãos que falam, saem gritos d'alma, gemidos de dor, às vezes, letras com amor, pedaços da vida, por vezes sofrida, d'um quase iletrado escritor. Saem inquietações, também provocações, com sabor, a laranjas ou limões. Destas mãos que falam, saem letras perdidas, revoltas não contidas, contra opressões, das nossas vidas! (Alberto João)

segunda-feira, 18 de março de 2024

Gago Coutinho e Sacadura Cabral - A 1ª viagem aérea Atlântico Sul (Portugal - Brasil)




A 1ª viagem (da História da Aviação, sobre o Atlântico, com navegação astronômica).
Pelos portugueses, Gago Coutinho e Sacadura Cabral (30/3/1922)
(nas comemorações do 1º Centenário - Independência do Brasil)
A épica viagem teve inicio, as 7h em Lisboa.




Foi usado o Lusitânia, um hidroavião monomotor Fairey F III-D MkII, concebido para a viagem, com motor Rolls-Royce.
Sacadura Cabral foi o piloto e Gago Coutinho o navegador.
Gago Coutinho, tinha criado, um sextante com um horizonte artificial para calcular a altura dos astros (invenção que revolucionou a navegação aérea)
1ª Etapa: Lisboa - Las Palmas, na Ilhas Canárias, durou um dia.
2ª Etapa: Las Palmas - S. Vicente, dia 5 de abril, (850 milhas) até ao Arquipélago de Cabo Verde.
3ª Etapa: Ilha de S. Vicente - Ilha de Santiago (reparação do Lusitânia).
4ª Etapa: Ilha de Santiago - Arquipélago de São Pedro e São Paulo, (águas brasileiras, onde amararam no dia 18).




Lusitânia, perdeu um flutuador na amaragem, e foram recolhidos por um Cruzador da Marinha Portuguesa, que os conduziu a Fernando de Noronha.
Depois de um voo de 1 700 quilómetros, comemoraram a forma como previram com precisão, os rochedos em pleno Atlântico Sul, só com o recurso do método de navegação astronômica criado por Gago Coutinho.
O acontecimento foi acompanhado em Portugal e no Brasil.
Portugal enviou outro hidroavião Fairey, o Pátria, a partir de Fernando de Noronha, pelo navio brasileiro Bagé, que chegou no dia 6 de maio.
Tendo o hidroavião sido desembarcado, montado e revisto.
A 11 de maio descolaram de Noronha.
Nesse regresso, um problema no motor, obrigou-os a amarar de emergência, e no mar ficaram, como náufragos, por 9 horas.
Seriam resgatados por um cargueiro inglês - o Paris City, em trânsito na região.
Novamente em Fernando de Noronha, esperaram até 5 de junho, quando lhes enviaram um novo Fairey F III-D, o Santa Cruz, desta vez batizado pelo esposa do então Presidente do Brasil, Epitácio Pessoa (1919-1922).
Pela segunda vez, levantaram voo, rumo a Recife, fazendo escalas em Salvador, Porto Seguro, Vitória e dali para o Rio de Janeiro, então Capital Federal, onde a 17 de junho de 1922, amarou em frente à Ilha das Enxadas, nas águas da baía de Guanabara.
Aclamados entusiasticamente como heróis em todas as cidades brasileiras onde fizeram escala, os aeronautas concluíram a primeira travessia do Atlântico Sul . . .



ESSA VIAGEM FOI TAMBÉM A PRIMEIRA na História da Aviação, a viajar sobre o Oceano Atlântico, com recurso à navegação astronómica.
A viagem, na totalidade, dispendeu 79 dias.
Mas, o tempo de voo foi de 62 horas e 26 minutos, num total de 8.383 km percorridos.
A viagem serviu de inspiração para novos voos, de Sarmento de Beires, João Ribeiro de Barros e de Charles Lindbergh, todos em 1927.
Características do Santa Cruz
Material: madeira, revestida em tela
Comprimento: 10,92 metros
Envergadura: 14,05 metros
Altura: 3,70 metros
Peso vazio: 1 800 quilogramas
Peso equipado: 2 500 quilogramas
Velocidade de cruzeiro: 115 quilómetros/hora





Legenda das fotos:

1 - Gago Coutinho (dir.) e Sacadura Cabral (esq.) a bordo do "Lusitânia", 1922.
2 - Rota da primeira travessia aérea do Atlântico Sul.
3- Hidroavião Fairey F III-D nº 17 "Santa Cruz" (Museu de Marinha de Lisboa).
4 - Monumento de Cutileiro na cidade do Mindelo, ilha de São Vicente, Cabo Verde.
5 - Homenagem à travessia: réplica em aço do "Santa Cruz" (Belém, Lisboa).

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"Horta do Zorate" é o blogue pessoal de Alberto João (Catujaleno), cidadão do mundo em autoconstrução desde 1958.