A 1ª viagem (da História da Aviação, sobre o Atlântico, com navegação astronômica).
(nas comemorações do 1º Centenário - Independência do Brasil)
A épica viagem teve inicio, as 7h em Lisboa.
Foi usado o Lusitânia, um hidroavião monomotor Fairey F III-D MkII, concebido para a viagem, com motor Rolls-Royce.
Sacadura Cabral foi o piloto e Gago Coutinho o navegador.
Gago Coutinho, tinha criado, um sextante com um horizonte artificial para calcular a altura dos astros (invenção que revolucionou a navegação aérea)
1ª Etapa: Lisboa - Las Palmas, na Ilhas Canárias, durou um dia.
2ª Etapa: Las Palmas - S. Vicente, dia 5 de abril, (850 milhas) até ao Arquipélago de Cabo Verde.
3ª Etapa: Ilha de S. Vicente - Ilha de Santiago (reparação do Lusitânia).
4ª Etapa: Ilha de Santiago - Arquipélago de São Pedro e São Paulo, (águas brasileiras, onde amararam no dia 18).
Lusitânia, perdeu um flutuador na amaragem, e foram recolhidos por um Cruzador da Marinha Portuguesa, que os conduziu a Fernando de Noronha.
Depois de um voo de 1 700 quilómetros, comemoraram a forma como previram com precisão, os rochedos em pleno Atlântico Sul, só com o recurso do método de navegação astronômica criado por Gago Coutinho.
O acontecimento foi acompanhado em Portugal e no Brasil.
Portugal enviou outro hidroavião Fairey, o Pátria, a partir de Fernando de Noronha, pelo navio brasileiro Bagé, que chegou no dia 6 de maio.
Tendo o hidroavião sido desembarcado, montado e revisto.
A 11 de maio descolaram de Noronha.
Nesse regresso, um problema no motor, obrigou-os a amarar de emergência, e no mar ficaram, como náufragos, por 9 horas.
Seriam resgatados por um cargueiro inglês - o Paris City, em trânsito na região.
Novamente em Fernando de Noronha, esperaram até 5 de junho, quando lhes enviaram um novo Fairey F III-D, o Santa Cruz, desta vez batizado pelo esposa do então Presidente do Brasil, Epitácio Pessoa (1919-1922).
Pela segunda vez, levantaram voo, rumo a Recife, fazendo escalas em Salvador, Porto Seguro, Vitória e dali para o Rio de Janeiro, então Capital Federal, onde a 17 de junho de 1922, amarou em frente à Ilha das Enxadas, nas águas da baía de Guanabara.
Aclamados entusiasticamente como heróis em todas as cidades brasileiras onde fizeram escala, os aeronautas concluíram a primeira travessia do Atlântico Sul . . .
ESSA VIAGEM FOI TAMBÉM A PRIMEIRA na História da Aviação, a viajar sobre o Oceano Atlântico, com recurso à navegação astronómica.
A viagem, na totalidade, dispendeu 79 dias.
Mas, o tempo de voo foi de 62 horas e 26 minutos, num total de 8.383 km percorridos.
A viagem serviu de inspiração para novos voos, de Sarmento de Beires, João Ribeiro de Barros e de Charles Lindbergh, todos em 1927.
Características do Santa Cruz
Material: madeira, revestida em tela
Comprimento: 10,92 metros
Envergadura: 14,05 metros
Altura: 3,70 metros
Peso vazio: 1 800 quilogramas
Peso equipado: 2 500 quilogramas
Velocidade de cruzeiro: 115 quilómetros/hora
Legenda das fotos:
1 - Gago Coutinho (dir.) e Sacadura Cabral (esq.) a bordo do "Lusitânia", 1922.
2 - Rota da primeira travessia aérea do Atlântico Sul.
3- Hidroavião Fairey F III-D nº 17 "Santa Cruz" (Museu de Marinha de Lisboa).
4 - Monumento de Cutileiro na cidade do Mindelo, ilha de São Vicente, Cabo Verde.
5 - Homenagem à travessia: réplica em aço do "Santa Cruz" (Belém, Lisboa).
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