Destas mãos que falam, saem gritos d'alma, gemidos de dor, às vezes, letras com amor, pedaços da vida, por vezes sofrida, d'um quase iletrado escritor. Saem inquietações, também provocações, com sabor, a laranjas ou limões. Destas mãos que falam, saem letras perdidas, revoltas não contidas, contra opressões, das nossas vidas! (Alberto João)

domingo, 17 de março de 2024

'Lá porque tens cinco pedras'



 

Lá porque tens cinco pedras

Num anel de estimação

Agora falas comigo

Com cinco pedras na mão!

Enquanto nesses brilhantes
Tens soberba e tens vaidade,
Eu tenho as pedras da rua
P’ra passear à vontade!
Pobre de mim, não sabia
Que o teu olhar sedutor
Não errava a pontaria
Como a pedra do pastor

Mas não passas sorridente
A’lardear satisfeito
Pois hei-de chamar-te à pedra
Pelo mal que me tens feito!

E hás-de ficar convencido
Da afirmação consagrada:
Quem tem telhados de vidro
Não deve andar à pedrada.
(Linhares Barbosa)


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"Horta do Zorate" é o blogue pessoal de Alberto João (Catujaleno), cidadão do mundo em autoconstrução desde 1958.