Destas mãos que falam, saem gritos d'alma, gemidos de dor, às vezes, letras com amor, pedaços da vida, por vezes sofrida, d'um quase iletrado escritor. Saem inquietações, também provocações, com sabor, a laranjas ou limões. Destas mãos que falam, saem letras perdidas, revoltas não contidas, contra opressões, das nossas vidas! (Alberto João)

quarta-feira, 29 de maio de 2024

PARODIANTES DE LISBOA



Os Parodiantes de Lisboa foram um grupo de comediantes portugueses, surgidos em Lisboa no ano de 1947, que criaram imensos programas clássicos, humorísticos, para a rádio portuguesa.
Em 1947, é encerrado "A Bomba" um semanário humorístico de grande impacto nacional.
Com o seu encerramento, surge um vácuo no panorama humorístico português, foi então que Ferro Rodrigues, Santos Fernando, Mário de Meneses, Mário Ceia, Manuel Puga, José Andrade, Rui Andrade e outros, se resolveram juntar e criar o grupo "Parodiantes de Lisboa" que vê a luz do dia a 18 de março de 1947.
Segundo Mário de Meneses, o nome foi baseado numa companhia de teatro de António Lopes Ribeiro e de Francisco Lopes Ribeiro, que dava pelo nome de "Os Comediantes de Lisboa".


O primeiro programa desenvolvido e apresentado pelo grupo chamava-se "Parada da Paródia" e ia para o ar às Terças-feiras, pelas 20h, na Rádio Peninsular, naquele tempo instalada na Rua Voz do Operário.
Com o evento da publicidade, os Parodiantes de Lisboa, aventuraram-se em novas produções radiofónicas, ainda nos Emissores Associados de Lisboa.
Nesse mesmo ano, foi para o ar, no Rádio Clube Português, o programa "Graça com Todos", que se transformou no programa radiofónico nacional com maior longevidade, permanecendo no ar por 50 anos, e de maior cobertura além-fronteiras, chegando a ser transmitido simultaneamente, a nível nacional, nas cidades de Lisboa e Porto e na Madeira, e a nível internacional, em muitas estações estrangeiras dedicadas a emigrantes, bem como em Angola e Moçambique.



A revista "Parada da Paródia" foi publicada semanalmente, entre 10 de Novembro de 1960 e 1 de Novembro de 1962, tendo como colaboradores nomes como Carlos Pinhão, António Rolo Duarte, Maria João Duarte, Raul da Costa, Antero Nunes, Benjamim Veludo, Álvaro Magalhães dos Santos, João Martins, entre outros.
Foram marcantes as campanhas publicitárias como o J. Pimenta, Fábrica de Chaves do Areeiro, rebuçados Dr. Bayard, marca Polylon ou Frineve, que ainda hoje estão nos ouvidos de muita gente.
Os programas eram vários como "Piadinhas e Torradinhas", de manhã, "Graça com Todos", ao almoço, "Teatro Trágico", à tarde. Houve outros como o "Meia-Bola e Força!" para os amantes do desporto.
A 18 de março de 1997, exactamente 50 anos depois da sua formação, os Parodiantes de Lisboa acabaram, por decisão de Rui Andrade, contra vontade do seu irmão, José Andrade.
De entre imensos personagens criados pelos Parodiantes de Lisboa, ficaram para a memória:
Jack Taxas e o seu cavalo Cara Linda;
Manas Catatua;
Compadre alentejano;
Menino Arnestinho;
Patilhas e Ventoinha;
Delicadinho da Silva;
O amigo fresquinho.



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"Horta do Zorate" é o blogue pessoal de Alberto João (Catujaleno), cidadão do mundo em autoconstrução desde 1958.