Um dos seus meios de transporte preferidos era o pachorrento burro, companheiro precioso, aparelhado com albardão para os serviços do campo, com albarda para uma simples viagem, e com almantricha para o transporte de qualquer saloia rica.
Por vezes aparece com ceirões de esparto semelhantes aos de Marrocos, ou de albardão mourisco, com arção em meia-lua.
Por seu lado, o vestuário também evoluiu.
Por estas bandas de Odivelas – Loures, no século XIX, já aparecia muita gente vestida “à cidade”, embora a gente da terra e com raízes de avós e bisavós aqui bem lançadas, apenas admitisse uma leve evolução no vestuário.
Como por toda a parte, havia sempre uma certa diferença entre o vestuário habitual e o de “ver a Deus” ou de festa.
Também o saloio janota, com peneiras e a aproximar-se da cidade, arranjava andaina mais catita.
De colete, jaleca azul e botas brancas, faixa e carapuço pretos, fazia um vistão.
Barretes verdes, poucos se viam, mas chapéus desabados à Mazantini, esses apareciam sobretudo em dias de festa nas feiras e romarias.
Nos actos solenes, um capote azul, parecido com o albornoz mourisco, dava-lhe uma certa imponência.
Em tempos relativamente modernos, há uns cem anos, já apareciam as calças de “boca-de-sino”, justas às pernas e alargadas em baixo, cinta preta para os casados e encarnada para os solteiros, jaleca a contornar os quadris, camisa mole sem gravata, colarinho mole e barrete de borla preta para os casados e encarnada para os solteiros.
O barrete, à entrada da igreja, era deixado no muro das carapuças; agora o chapéu à Mazantini esse era verdadeiramente estimado e não saía das mãos do seu dono, pois aguentava, ordinariamente, uma vida inteira.
De aba larga e copa redonda, dava a cada saloio rico – pois eram esses os que o usavam – um verdadeiro ar de grande senhor.
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