A Ponte Dona Antónia Ferreira ou Ponte da Ferreirinha vai ser uma ponte ferroviária e pedonal que vai unir Campo Alegre, no Porto, à Arrábida, em Vila Nova de Gaia, será integrada na Linha Rubi do metro do Porto, a sua construção iniciada em 2023 será concluída até ao final de 2025, segundo a Câmara Municipal do Porto.
Quem foi a Ferreirinha?
Ficou conhecida por se dedicar ao cultivo do Vinho do Porto e pelas notáveis inovações que introduziu.
A sua família era abastada e possuía vinhas.
O pai, José Bernardo Ferreira casou-a com um primo, mas este não se interessou pela cultura da família e esbanjou grande parte da fortuna.
D. Antónia teve dois filhos: uma menina, Maria de Assunção, mais tarde Condessa de Azambuja, e um rapaz, António Bernardo Ferreira.
Ficou viúva com 33 anos e a viuvez despertou em si a vocação de empresária, levando-a a assumir a liderança da Casa Ferreira, fundada pelo seu avô, Bernardo Ferreira, por ordens do Marquês de Pombal.
Fez grandes plantações de vinha, construiu armazéns, contratou colaboradores, comprou quintas importantes – Aciprestes, Porto e Mileu – e fundou outras – como Vale Meão –, tornando-se uma figura cimeira no sector do Vinho do Porto.
O Duque de Saldanha (um dos homens mais poderosos do seu tempo) pretendia casar o seu filho com Maria de Assunção, filha de D. Antónia.
D. Antónia recusou a proposta realizada pelo Duque e este, habituado a não ser contrariado, mandou os seus homens raptar a menina de apenas 12 anos.
Ao saber da estratégia do Duque a família de D. Antónia fugiu para Espanha e depois para Inglaterra.
Na sua ausência (viveu em Londres 3 anos) seria Joaquim Monteiro Maia, colaborador de D. Antónia, que tomaria conta do negócio.
Sabe-se que a Ferreirinha, como era carinhosamente conhecida, se preocupava com as famílias dos trabalhadores das suas terras e adegas.
Apoiada pelo administrador José da Silva Torres, mais tarde seu segundo marido, Antónia Adelaide Ferreira lutou contra a falta de apoios dos sucessivos governos.
Debateu-se contra a doença da vinha, a filoxera e deslocou-se a Inglaterra para obter informação sobre os meios mais modernos e eficazes de combate a esta peste, bem como processos mais sofisticados de produção do vinho.
Em 1880, ficou novamente viúva, intensificou o seu envolvimento em obras de benfeitoria, designadamente na construção dos hospitais de Vila Real, Régua, Moncorvo e Lamego.
A Ferreirinha investiu em novas plantações de vinhas em zonas mais expostas à radiação solar, sem abandonar também as plantações de oliveiras, amendoeiras e cereais.
A Quinta do Vesúvio, uma das suas muitas propriedades, era por ela percorrida e vigiada de perto.
Quando faleceu, em 1896, deixou uma fortuna considerável e perto de trinta quintas.
Do Douro para o mundo passou a lenda da sua tenacidade e bondade.
Em 2004 a RTP exibiu uma série, da autoria de Francisco Moita Flores, onde se retratava a sua vida.
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