O cubano, que pedia para ser tratado como «prisioneiro de consciência», morreu no hospital Ameijeiras, para onde tinha sido levado na noite de segunda-feira. Segundo testemunhas, estava a receber soro à revelia da vontade que tinha expressado.
Orlando Zapata Tamayo, de 42 anos, começou uma greve de fome a 3 de Dezembro em protesto contra o tratamento recebido na prisão.
Viveu os últimos anos num recorrente entra e sai das prisões cubanas, tendo sido preso pela primeira vez em 2002 por fazer greve de fome em apoio aos prisioneiros do regime castrista.
Foi solto um ano depois, mas passou apenas 13 dias em liberdade sendo novamente preso por fazer parte do grupo dos 75 na conhecida Primavera Negra.
Em 2003, Zapata Tamayo, membro de uma associação cívica ilegalizada pelo governo cubano, foi condenado a 18 anos de prisão por alegada desordem pública.
A mãe, que integra o movimento Damas de Branco, um grupo de mulheres que defendem o "Grupo dos 75" da Primavera Negra, disse não ter feito qualquer preparativo para o enterro do filho, apesar de saber que seria este o desfecho, e avisou que não vai aceitar esta morte anunciada.
A Comissão Cubana dos Direitos do Homem e Reconciliação Nacional, uma organização ilegal mas tolerada pelo regime cubano, considerou que Zapata Tamayo foi assassinado de forma premeditada.
Em declarações à TSF, Aramis Perez, do directório democrata cubano, uma organização oposicionista com sede na Flórida, Estados Unidos, disse que a morte deste preso político cubano «não vai ser em vão», porque vai abrir o caminho da oposição para «continuar a lutar» a favor do que ele queria.
in TSF online, 24-02-2010
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