"Parece o fim do mundo", dizem os primeiros chilenos, incrédulos, perante o sismo que agitou o país durante esta madrugada. Pelo menos 122 pessoas morreram, segundo o governo chileno, no sismo de intensidade 8.8 na escala de Richter, esta madrugada, na costa do Chile, cerca das 5h30 em Portugal. As autoridades do Chile, Japão e de outros países do Pacífico declararam alerta de tsunami.
As últimas notícias do Centro de alerta de tsunami do Pacífico dão conta de ondas de mais de 2 metros de altura, mas é esperado um agravamento nas próximas horas.
"Tivemos um enorme tremor de terra", disse Michelle Bachelet, acrescentando que "estamos a fazer tudo o que podemos, com os meios disponíveis". A presidente chilena decretou o estado de catástrofe no país, sobretudo nas duas zonas mais afectadas (Concepción e Santiago) e há registo de graves danos em várias cidades, estando as movimentações suspensas no principal aeroporto chileno.
O epicentro localizou-se a 115 quilómetros da cidade de Concepción e a 325 quilómetros da capital, Santiago. Segundo o centro geológico norte-americano (USGS) já foram registadas 25 réplicas de menor intensidade (6.2, 5.4 e 6.9 na escala de Richter foram as mais intensas).
Alguns relatos directamente de Concepción, a segunda maior cidade chilena e a mais afectada pelo sismo desta madrugada, dão conta de um cenário "devastador" e que parece de uma "zona de guerra", afirmam algumas testemunhas à SkyNews. Os testemunhos dão conta de um cenário "nunca antes visto", com edifícios completamente destruídos e cortes de água, luz e gás em diversas cidades chilenas. "Os semáforos bão funcionam, as pessoas conduzem para os pontos mais altos para fugirem ao tsunami", referem alguns locais.
A capital, Santiago, não tem de momento electricidade nem comunicações e as primeiras indicações dão conta de vários edifícios destruídos devido a danos causados pelo tremor de terra. De acordo com uma televisão local, vários hospitais da capital ficaram destruídos e outros foram evacuados.
Na capital da Argentina, Buenos Aires, alguns edifícios foram também evacuados devido ao abalo sísmico.
Entretanto, a meio da tarde, uma onda gigante matou mais três pessoas na ilha de Juan Fernandez, a 643 km da costa do Chile. Segundo o governador da ilha, Ivan De La Maza, dez pessoas estão desaparecidas.
Em 1960, o Chile sofreu o mais forte sismo de que há registo em todo o mundo desde 1900: um tremor de terra de 9.5 na escala de Richter sacudiu a região de Valdivia e matou 1655 pessoas, tendo dado origem a um tsunami sentido no Hawai, Japão e Filipinas. O último sismo de grande intensidade sentido no país foi em 1985.
O sismo no Chile ocorre um mês e meio depois do devastador tremor de terra de 12 de Janeiro no Haiti, que provocou mais de 215 mil mortes.
Texto in "i" online, 27-02-2010
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