“As revelações do 'Sol' confirmam a necessidade de um esclarecimento cabal - inclusivamente pela Assembleia da República - porque há aqui uma nuvem muito densa que não pode continuar a pairar ou que deve ser dispersa o mais rapidamente possível”, afirmou à Lusa Alfredo Maia.
As notícias publicadas pelo semanário "Sol" hoje e na semana passada sobre um alegado plano do Governo para controlar órgãos de comunicação social através da PT “criam na sociedade uma inquietação muito grande acerca da forma como o poder político e o poder económico se relacionam entre si e com os meios de comunicação social”, afirmou.
“Todas as pessoas singulares e coletivas referidas nestes trabalhos devem prestar esclarecimentos e dizer se há algum fundo de verdade”, defendeu Alfredo Maia, acrescentando não ser possível “continuar-se a escudar atrás do segredo de justiça e da ideia de que isto é um caso judicial e que deve continuar nesse foro”. Este caso “é de relevante interesse público”, sublinhou, defendendo que os esclarecimentos devem ser pedidos quer pelo Parlamento quer pela Entidade Reguladora para a Comunicação Social.
O presidente do Sindicato de Jornalistas crítica, no entanto, o jornal "Sol" por não ter feito o contraditório. “Há um preceito no código deontológico que defende que é dever do jornalista ouvir todas as pessoas com interesses [na matéria], ouvir a outra face”, ou seja, “aquilo que se consagrou chamar o contraditório”, referiu. Esta obrigação de ouvir todos os interessados tem duas ordens de razão, explicou ainda, acrescentando que “é um direito dos visados e é um direito dos cidadãos conhecer o ponto de vista dos visados”.
in Público online, 12-02-2010
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