Destas mãos que falam, saem gritos d'alma, gemidos de dor, às vezes, letras com amor, pedaços da vida, por vezes sofrida, d'um quase iletrado escritor. Saem inquietações, também provocações, com sabor, a laranjas ou limões. Destas mãos que falam, saem letras perdidas, revoltas não contidas, contra opressões, das nossas vidas! (Alberto João)

domingo, 28 de março de 2010

Orgasmo: Quatro minutos separam homem e mulher...

Em média, um homem com ejaculação precoce atinge o orgasmo no máximo em três minutos, quando a mulher precisa de sete. Uma solução é trabalhar o 'pára-arranca'.




Há muito mais de instinto de sobrevivência no homem do que se pensa. No que diz respeito ao acto sexual, os homens mais "apressados" não conseguem evitar a ejaculação após três minutos de penetração. E isso separa-os da mulher, que precisa de uma média de sete para ter satisfação. "Nunca se encontram", refere o urologista Vaz Santos. O médico descarta, no entanto, que este intervalo seja uma doença e aconselha a trabalhar o que separa o homem do animal: o erotismo. Simplificando, o pára- -arranca durante o acto sexual.

A ejaculação precoce afecta um em cada cinco homens dos 18 aos 64 anos. O urologista do Hospital de São José e da Pelviclinic, em Lisboa, é taxativo: "Não é uma doença. O homem está apenas mais próximo da escala animal, porque este é um momento em que pode ser atacado e morrer", refere. Actualmente, já existem drogas para atrasar este processo. Mas "apenas o fazem por dois minutos, o que significa que há sempre incompatibilidade com a mulher", refere.

Este é um dos vários problemas que afectam o "diálogo sexual", um idioma que só as duas pessoas envolvidas entendem. "Nem todos os casais estão vocacionados para fazerem sexo. Pode não funcionar e faltar a tal química. Há algo mais do que a parte psicológica. Há uma parte orgânica."

Esta constatação diz tudo sobre a postura do médico. A sua visão é fisiológica, orgânica e contraria o que é um atraso no País: "Uma visão demasiado centrada na abordagem psicológica." A mesma que tem atrasado o conhecimento da mulher e dos seus problemas.

Vaz Santos refere que o pénis é "o termómetro da saúde. Quando falha é porque geralmente está doente. Muitas mulheres dizem que se ele não consegue é porque tem outra. Mas isto é mentira em 80% dos casos. Se estiver saudável e mesmo que não goste da mulher cumpre o dever, porque o período refractário (período entre a ejaculação e a capacidade de ter uma nova relação sexual) oscila entre uma e cinco horas aos 30 anos, até 24 horas se o homem for muito mais velho", refere.

A produção de óxido nítrico, que propicia o relaxamento muscular e a libertação de sangue para os corpos cavernosos, é essencial à erecção. Há substâncias conhecidas que propiciam essa libertação. "Quando isso não acontece, pode haver doenças cardiovasculares. A erecção deixa de ser o problema, mas a sobrevivência." Ao que tudo indica, o uso de medicamentos como o Viagra "podem ajudar a resolver muitos problemas associados à rigidez das artérias. Em muitos casos, não só tratam o problema da erecção como reduzem os riscos cardiovasculares dos doentes", afirma.

Fazer a mulher 'salivar'

O médico refere que 30% das mulheres sentem desejo sexual, mas são incapazes de sentir um estímulo mental para iniciar a actividade sexual. O universo é demasiado grande. Mas o urologista acredita que também não é uma doença. "São as mulheres que não estão para aí viradas na cama. No caso, não sentem o estímulo propiciatório, seja ele visual ou acústico. E compara o sexo a uma refeição: "A mulher pode ter fome, mas olha para os pratos e não tem vontade de comer. Se isso não causa sofrimento, não é doença", refere.

O problema é resolvido "dando a provar o prato. Começa a comer e até se torna agradável. Sente a estimulação local e começa a salivar". Se a mulher não se excitar, aí sim, estamos perante doença, que afecta 5% a 10% das mulheres e tem de ser tratada. "Algumas têm dor antes da relação, só de pensar", adianta Vaz Santos, que enumera os casos de vaginoses e outras infecções que também causam dor e têm de ser tratados (ver caixa em baixo).






Apenas 5% das mulheres não conseguem atingir o 'clímax'

Sobre o orgasmo, "apenas 5% é incapaz fisicamente de o ter e sofrem porque sabem que existe", explica o médico. Neste grupo, incluem-se as mulheres que conseguem dar prazer a si próprias. Uma percentagem de 5% sente um pico de prazer intenso, que não é orgasmo. Mas há 10% das mulheres que representam boas notícias. Ao contrário do homem, retomam o ciclo do acto sexual e têm vários orgasmos. Preocupante é o caso das mulheres com dispareunia, a dor durante a relação ou apenas por sugestão de uma relação. "Há casos menos frequentes, que são os das vaginoses. Outros casos de infecções também têm de ser tratadas."


in DN online, 28-3-2010

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"Horta do Zorate" é o blogue pessoal de Alberto João (Catujaleno), cidadão do mundo em autoconstrução desde 1958.