Um menino de cinco anos, filho de um casal de inspectores da Polícia Judiciária (PJ) de Leiria, morreu ontem à tarde afogado na piscina da vivenda de família em Opeia, Caranguejeira (Leiria).
Eram 14.27 quando o pai do menino, Gustavo Correia, "andava a tratar do jardim", segundo fonte da GNR. Os pais deram por falta da criança e quando o foram procurar deram por ele "já a boiar na piscina", adiantou a fonte.
Os bombeiros de Leiria e uma equipa da GNR foram chamados ao local de imediato. A casa foi cercada e as operações decorreram tão rapidamente que os vizinhos nem deram conta do sucedido. "Só ouvi um carro do INEM mas foi tudo demasiado rápido", contou uma vizinha ao DN.
Os jornalistas foram impedidos de chegar perto do local e o perímetro de segurança foi de tal forma alargado que impediu a recolha de qualquer informação adicional. Um inspector da PJ, visivelmente consternado, colega dos pais da criança, dirigiu-se aos jornalistas que estiveram no local e pediu a máxima "discrição", dizendo que se tratou de "um acidente e uma tragédia".
Também uma familiar acedeu a falar à equipa de reportagem do DN apenas para pedir reserva e respeito pelo luto.
Uma fonte contactada pelo DN contou que assim que a GNR declarou o óbito - naquela região não é necessário um delegado de saúde para o fazer - a criança foi levada para o seu quarto e vestida. Foi daqui que, pelas 17.00, foi transportada para o gabinete médico-legal, mas ao início da noite desconhecia-se se iria ser submetida a uma autópsia.
Ao que o DN conseguiu apurar, o menino frequentava com o irmão mais velho, de 10 anos, uma escola no lugar de Gândara. A moradia do casal é vedada e, dizem os moradores, os inspectores da PJ vivem de forma discreta e não "se dão muito com os vizinhos". Sabe-se apenas que são polícias e que morariam na casa há cerca de três anos. Mas sem certezas, porque antes deste casal a casa - que é a última da aldeia e está toda murada - foi ocupada por outros moradores.
O isolamento é tal que ontem na aldeia de Opeia ninguém se apercebeu do sucedido, apesar de, ao que apurou o DN, várias viaturas Departamento de Investigação Criminal terem rodeado a casa onde ocorreu a tragédia de modo a não permitir olhares mais curiosos - principalmente dos jornalistas que foram sabendo do sucedido ao longo da tarde.
O afogamento continua a ser a segunda maior causa de morte acidental das crianças, ultrapassada apenas pelas mortes em acidentes rodoviários. Segundo dados da Associação para a Promoção da Segurança Infantil (APSI), apresentados no Verão passado, estima-se que entre 2002 e 2008 tenham morrido cerca de 150 crianças e adolescentes até aos 18 anos por afogamento.
A maioria das crianças vítimas de afogamento tem menos de quatro anos, é do sexo masculino e o acidente ocorre principalmente em piscinas do Sul do país. No Norte, os casos acontecem mais em poços, tanques, rios, ribeiros e lagoas. A APSI tem no seu site várias recomendações para evitar estes acidentes trágicos.
2 comentários:
Pois, pois, protejam as crianças, mas no "caso" da pedofilia dos padres, não vejo ninguém acusar os pais que empurraram as crianças para a religião e para os braços (e outros órgãos) dos padres, onde é que estava a mãe? ou o pai? não são culpados? ou aquilo eram todos órfãos?
Que um dia a desgraça não lhe aconteça e depois seja chamado de Ferreiro!! Cuidado que todos têm os seus descuidos!! De mau gosto brincar com coisas sérias
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