Destas mãos que falam, saem gritos d'alma, gemidos de dor, às vezes, letras com amor, pedaços da vida, por vezes sofrida, d'um quase iletrado escritor. Saem inquietações, também provocações, com sabor, a laranjas ou limões. Destas mãos que falam, saem letras perdidas, revoltas não contidas, contra opressões, das nossas vidas! (Alberto João)

terça-feira, 18 de maio de 2010

Mirandela Gate: o estranho caso da professora que tem um pipi...

Em Mirandela alguns pais descobriram com a ajuda da revista Playboy que uma das professoras dos seus filhos tem afinal um pipi e duas maminhas. Adivinhem o final da história.





A "Stôra" Bruna era a responsável pelas AEC (actividades extra-curriculares) dos alunos. Pelos visto também ela própria desenvolvia algumas AEC. Teve azar quando a sua luta desnudada contra a ideia pré concebida de que a revista Playboy não tem qualquer conteúdo pedagógico entrou em conflito com a sua segunda actividade profissional, a mais agasalhada: o ensino.

No país dos brandos costumes depressa acorreram a insurgir-se contra esta "pouca vergonha" as mães, os pais e até o Presidente da Câmara imagine-se. As mães dos meninos jamais iriam permitir que a Bruna que os maridos vêem descascada na revista que compram às escondidas pudesse andar por aí a dar aulas aos filhos. Cada Bruna no seu galho. Uma para entreter o maridão outra para ajudar o Fábio a fazer os TPC.

Já os miúdos devem ter adorado. Sim, a canalhada adolescente que sonhava à noite com a "Stôra boazona" a andar pela sala de aula usando apenas saltos agulha pode agora visualizar esse sonho em formato de papel a troco de 3,95€. E com sorte ainda ouvem a professora Bruna a dizer no meio da aula "agora vamos todos abrir o manual na página 45 e começar a trabalhar". E os malandrecos tiram todos da mochila a Playboy que o paizinho tinha escondido na gaveta das meias.

As meninas da turma já andam a tratar de fazer uma petição para ver se conseguem convencer o professor de Educação Física a pousar em pelota para uma revista feminina. Só com uma bola de andebol na mão e um salpicão de Vinhais na outra.

Com isto a alheira de Mirandela anda murcha. Tudo porque os encarregados de educação preferem que os meninos vejam os professores não como homens e mulheres mas como um ser híbrido que se dedica ao ensino. Ou como um bocado de material contraplacado que por acaso marca falta disciplinares.

Já a "stôra" Bruna tem a sua curta carreira no Ensino terminada ou pelo menos um saneamento ou transferência à vista. Pais, alunos e a tabacaria Central de Mirandela agradecem por uns motivos e as mães por outros. Final feliz para todos, menos para a senhora professora.


Texto de Tiago Mesquita, in Expresso online, 17-5-2005

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