Destas mãos que falam, saem gritos d'alma, gemidos de dor, às vezes, letras com amor, pedaços da vida, por vezes sofrida, d'um quase iletrado escritor. Saem inquietações, também provocações, com sabor, a laranjas ou limões. Destas mãos que falam, saem letras perdidas, revoltas não contidas, contra opressões, das nossas vidas! (Alberto João)

sexta-feira, 3 de maio de 2024

Aldeia Típica de José Franco, Sobreiro, Mafra




 Aldeia Típica de José Franco, Aldeia Típica do Sobreiro ou simplesmente Aldeia Saloia.

Qualquer uma destas designações aponta a bússola para a pequena localidade do Sobreiro, entre a Ericeira e Mafra, onde se situa uma das mais reconhecidas aldeias musealizadas do país.



A história da pequena aldeia remonta ao nascimento do oleiro José Franco, em 1920.
O seu pai era sapateiro e a mãe, vendedeira de loiça, fazendo a venda de barros de porta em porta, bem como por muitas feiras e mercados estremenhos.


Visto que o Sobreiro era um importante centro oleiro, desde cedo José Franco conviveu com o ofício e, ainda criança, ao deixar a escola primária, aprendeu o ofício com dois mestres oleiros locais, antes de trabalhar por conta própria, aos 17 anos de idade.

Nessa época, reabilitou a olaria que tinha pertencido ao avô, há muito desativada.




Em início dos anos 60, José Franco deu asas a um sonho, de recriar uma aldeia de caráter etnográfico, onde as suas memórias de infância se cristalizassem, testemunho do modo de viver das gentes locais, em homenagem à sua terra.


A sua aldeia teria dois componentes: seria uma réplica das antigas oficinas e lojas, dos espaços vividos, decorados e apetrechados por objetos reais, onde se reproduziam os costumes e atividades laborais intrínsecas à sua infância e à vida camponesa da região de Mafra; em simultâneo, a aldeia compreendia uma área lúdica, dedicada às crianças, repleta de miniaturas de casas e habitantes que retratavam as atividades exercidas à época: trabalhos no campo, carpintarias, moinhos de vento, capelas, mercearias, escolas, adegas, camponeses e até uma reprodução da vila piscatória da Ericeira e dos ofícios ligados ao mar.


Em anos posteriores, a Aldeia-Museu foi beneficiada pela construção de uma terceira área, murada como um castelo, com um parque-infantil, incorporando alguns engenhos agrícolas, que as crianças podiam movimentar livremente.



Hoje, o pequeno mundo moldado pelas mãos de José Franco (falecido em 2009) é visitado anualmente por milhares de pessoas.


E, para além da exposição das figuras, no museu que lhe foi dedicado, os visitantes encontram réplicas à escala humana de muralhas de castelos, moinhos de vento, um parque infantil, uma pequena adega onde podem provar o vinho da região ou ainda a padaria, onde podem comprar o afamado pão com chouriço, entre outros.


Na Aldeia de José Franco cabe a dedicação de uma vida à nobre atividade tradicional da olaria, expondo ainda a rica cultura artesanal do Concelho de Mafra.
(Coordenadas GPS: N 38º 57' 34.58'' ,W 9º 21' 13.09')



#catujaleno

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"Horta do Zorate" é o blogue pessoal de Alberto João (Catujaleno), cidadão do mundo em autoconstrução desde 1958.