O quilómetro 28 da "autovía M-607", o equivalente a um itinerário principal em Portugal, mudou para sempre a vida de Esther Rincón. Em Outubro, o filho, de 22 anos, perdeu a vida ao volante naquela curva perigosa.
No passado fim-de-semana, Esther Rincón filmou um acidente aparatoso no mesmo local, na mesma curva fatídica, em que o filho, Juan Calleja, perdera a vida aos 22 anos. Mais do que estupefacta, a mulher, a mãe, ficou zangada e frustrada.
Esther Rincón colocou o vídeo no sítio do Youtube e pede medidas urgentes para acabar com aquele ponto negro da M-607, uma estrada da rede secundária da Comunidade de Madrid, que liga Colmenar à capital espanhola. O protesto não ficou só pela Internet, e Esther escreveu uma carta ao Governo Regional, a exortar à resolução urgente do problema.
"O meu filho de 22 anos encontrou a morte numa manhã muito chuvosa do passado mês de Outubro, quando ia trabalhar e cumpria todas as normas de segurança rodoviária", pode ler-se no segundo parágrafo da carta, a que o jornal "El País" teve acesso. "Teve de passar na assassina M-607 por um dos oito pontos negros que existem em apenas 31 quilómetros. Uma estrada mal traçada de princípio a fim", acrescenta Esther Rincón.
Governo Regional vai eliminar a "curva da morte"
O apelo de Esther Rincón já produziu uma promessa e vários arranjos de última hora. O conselheiro da Presidência, Justiça e Interior da Comunidade de Madrid, Francisco Granados, anunciou que o Governo da Comunidade de Madrid vai eliminar a curva fatídica da M-607, local de três acidentes nos últimos sete dias.
"A Comunidade de Madrid vai arranjar imediatamente o traçado daquele troço e acabará com essa curva. Vamos eliminá-la. Vamos asfaltar todo o troço e vão ser melhoradas as condições da estrada", explicou Francisco Granados, em declarações ao "El Mundo".
Antes destas declarações, produzidas ao início desta tarde, a agência “Europa Press”, citando fontes do Conselho de Transportes e Infraestruturas, dizia que o Governo Regional de Madrid estava a tratar do reforço da sinalização e do piso da curva, na qual se registaram três acidentes em sete dias.
No início do ano, a velocidade máxima permitida na curva baixou de 100 para 80 quilómetros/hora. Granado recordou que foram, ainda, instaladas guias de redução de velocidade, mas reconheceu que "a situação definitiva passa por eliminar aquela curva e é isso que se vai fazer".
Texto e vídeo in JN online, 09-3-2010
Imagem in Google
Notas do Zorate:
Há curvas perigosas ou condutores perigosos?
Se o filho da senhora Esther Rincón - assim como o condutor que vimos neste vídeo - tivesse respeitado o sinal de trânsito que a imagem nos mostra (80 km/h de limite de velocidade), teria perdido a vida nesta curva?
O Código da Estrada no respeitante a locais onde a velocidade deve ser especialmente moderada, não fala expressamente nas curvas, lombas, cruzamentos, etc...?
O tempo que perdemos a culpar entidades (governos, câmaras, etc...), se o utilizássemos a educar os nossos filhos e netos, talvez a sinistralidade rodoviária fosse mais reduzida.
Há dias recebi por e-mail esta impressionante história:
«Fui à festa, mãe. Fui à festa, e lembrei-me do que me disseste. Pediste-me que eu não bebesse álcool, mãe... Então, bebi uma 'Sprite'. Senti orgulho de mim mesma, exactamente o modo como me disseste que eu me sentiria. E que não deveria beber e de seguida conduzir.
Ao contrário do que alguns amigos me disseram. Fiz uma escolha saudável, e o teu conselho foi correcto.
Quando a festa finalmente acabou e o pessoal começou a conduzir sem condições, fui para o meu carro, na certeza de que iria para casa em paz...
Eu nunca poderia esperar... Agora estou deitada na rua e ouvi o policia dizer: 'O rapaz que causou este acidente estava bêbado'. Mãe, a voz parecia tão distante...
O meu sangue está por todo o lado e eu estou a tentar com todas as minhas forças não chorar... Posso ouvir os paramédicos dizerem: 'A rapariga vai morrer'...
Tenho a certeza de que o rapaz não tinha a menor ideia, enquanto ele estava a toda velocidade, afinal, ele decidiu beber e conduzir!! E agora eu tenho que morrer. Então... Porque é que as pessoas fazem isso, mãe? Sabendo que isto vai arruinar vidas?
A dor está a cortar-me como uma centena de facas afiadas. Diz à minha irmã para não ficar assustada, mãe, diz ao pai que ele tem que ser forte.
Quando eu partir, escreva 'Menina do Pai' na minha sepultura...
Alguém deveria ter dito àquele rapaz que é errado beber e conduzir. Talvez, se os pais dele o tivessem avisado, eu ainda estivesse viva...
Minha respiração está a ficar mais fraca mãe, e estou a ficar realmente com medo. Estes são os meus momentos finais e sinto-me tão desesperada...
Gostaria que tu pudesses abraçar-me mãe, enquanto estou aqui esticada a morrer, gostaria de poder dizer que te amo mãe...
Então... Amo-te
Adeus...
_________________________________
Estas palavras foram escritas por um repórter que presenciou o acidente. A jovem, enquanto agonizava, ia dizendo as palavras e o jornalista ia anotando.»
Sem comentários:
Enviar um comentário