Destas mãos que falam, saem gritos d'alma, gemidos de dor, às vezes, letras com amor, pedaços da vida, por vezes sofrida, d'um quase iletrado escritor. Saem inquietações, também provocações, com sabor, a laranjas ou limões. Destas mãos que falam, saem letras perdidas, revoltas não contidas, contra opressões, das nossas vidas! (Alberto João)

sexta-feira, 12 de março de 2010

Socialistas no limiar da maioria absoluta (Duas sondagens: Universidade Católica e Eurosondagem)...



Se os portugueses fossem hoje chamados a votar, voltariam a escolher José Sócrates para primeiro-ministro. De acordo com a sondagem da Universidade Católica, o PS reforçaria a sua posição e conseguiria um resultado próximo da maioria absoluta (41%).

O PS consegue um resultado surpreendente no mais recente Barómetro do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica Portuguesa para o JN, DN, RTP e Antena 1. Os quatro meses de Governo minoritário, as acusações de manipulação da Comunicação Social e medidas de austeridade para controlar o défice não fizeram mossa nem ao partido, nem ao seu líder. Não só o PS se mantém na frente da estimativa de resultados eleitorais, como reforça o seu resultado (41%), quer se faça a comparação com as últimas eleições legislativas (36,5%), quer se compare com a última sondagem da Universidade Católica (38%).

A recuperar terreno está também o PSD (33%): cresce um ponto percentual face à última sondagem e quatro relativamente ao resultado eleitoral de Setembro. Uma conta razoável, se se tiver em conta que os sociais-democratas estão em pleno processo de escolha de líder, mais virados para o debate interno, sem capacidade para falar ao país. Ou então, é apenas a confirmação de que o patamar eleitoral mínimo do PSD andará à volta dos 30%, mesmo que não haja liderança.

CDS-PP capitaliza

A capitalizar o seu dinamismo está, ao contrário, o CDS-PP. De tal forma que deixou de ser o "patinho feio" das sondagens que se transforma em "cisne" eleitoral. Desta vez abre as asas mais cedo e soma 10%, o que significa mais três pontos que no último Barómetro e praticamente a mesma votação das eleições legislativas de Dezembro (10,4%).

O grande "derrotado" desta escolha virtual seria o Bloco de Esquerda, com um resultado a rondar os 6%: metade do que conseguira na última sondagem (12%) e menos quatro pontos do que o que obteve nas legislativas (9,8%).

Pressupondo que a subida dos dois partidos mais à direita (PSD e CDS) se faz à custa de eleitorado que era antes do PS, conclui-se que regressam ao PS muitos dos eleitores descontentes que engordaram os bloquistas (por exemplo, os professores, que a ministra Isabel Alçada conseguiu pacificar).

No caso da CDU tudo se mantém mais ou menos na mesma (6%), apesar de continuar em quebra, que é de apenas um ponto percentual face à última sondagem (7%) e de quase dois relativamente ao resultado eleitoral (7,8%) do ano passado.

Como se pode verificar no quadro de resultados, há diferenças entre a estimativa de resultados eleitorais e as intenções directas de voto. Nestas, para além do BE, também o PS e o PSD registam descidas. A explicação para esta discrepância prende-se com o facto das estimativas serem baseadas apenas nas intenções de voto dos inquiridos que votariam "de certeza", ou seja, 56% dos 1148 inquéritos válidos.

Oposição não serve

Se o Governo é mau, como se explica que o PS seja favorito em eleições? Porque a oposição é ainda pior. Não há margem para dúvidas: 55% dos inquiridos não acredita que um partido de oposição faça melhor que o PS (eram 48% no último Barómetro). Apenas 23% acredita na alternativa (e são cada vez menos, porque em Setembro eram 31%). Entre estes poucos, a maior fatia pende naturalmente para o PSD (42%). Mas é o CDS o único partido de oposição que tem razão para se sentir mais estimado (de 8% para 17%).

Cavaco Silva é referência

À falta de referências partidárias sólidas, quem capitaliza popularidade é Cavaco Silva. Uma óptima notícia em período de pré-campanha para as eleições presidenciais. O presidente da República já era o líder político mais popular, mas reforça esse posicionamento. Destaque também para a capacidade de resistência de José Sócrates. Desceu apenas uma décima.

Governo está cada vez pior

O PS pode ser o preferido dos portugueses em caso de antecipação de eleições, mas, paradoxalmente, a avaliação que os mesmo portugueses fazem do Governo PS é cada vez pior. Já são apenas 28% (36% no ultimo Barómetro) os que consideram que o Governo tem "Bom" desempenho. Ao contrário são cada vez mais os que o consideram "Mau" ou "Muito mau" (64% contra 57% em Setembro passado). E quando se lhes pede uma comparação directa entre o anterior e o actual Governo, são mais do dobro os que acham que é "Pior" (25%) face aos que acham que é "Melhor" (12%). E as perspectivas para o futuro são ainda mais sombrias: 29% acha que a prestação vai piorar.

in JN online, 12-3-2010






Com uma subida de 1,2 pontos face ao mês anterior, o CDS/PP consegue no Barómetro da Eurosondagem para o Expresso, SIC e Rádio Renascença deste mês 14,8% das intenções de voto.

O partido de Paulo Portas destaca-se assim claramente como a terceira maior força política em Portugal, deixando BE (8,8%) e CDU (8,4%) a larga distância.

PS e PSD, as duas maiores forças, mantém a relação de forças. Os socialistas com 36,9% dos votos, descendo 1,2 pontos, e os sociais-democratas com 26,2% da preferência dos portugueses.

No último mês na liderança do PSD, Manuela Ferreira Leite continua assim a não conseguir interverter uma tendência negativa e não aproveita o desgaste político a que têm estado sujeitos José Sócrates e o seu Governo.

Nota: Os valores globais estão entre parêntesis. A projecção resulta do exercício meramente matemático, presumindo que os inquiridos que responderam "NS/NR" (20,5%) se abstém. As setas significam: subiu(seta azul) ou desceu (seta vermelha) em relação à sondagem do mês anterior.
in Expresso online, 12-3-2010

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"Horta do Zorate" é o blogue pessoal de Alberto João (Catujaleno), cidadão do mundo em autoconstrução desde 1958.