- Santo António dos Cavaleiros, freguesia do concelho de Loures -
Revoltado pelos constantes maus tratos de que a namorada era vítima em casa, agredida violentamente às mãos do próprio pai, o rapaz de 17 anos perdeu a cabeça. Na noite de segunda-feira decidiu enfrentar Joãozinho Pereira, 51 anos, e na sequência da discussão matou-o com dois tiros no peito, no meio da rua, em Santo António dos Cavaleiros, Loures. Filho de uma procuradora do Ministério Público e de um juiz, perdeu a esperança na Justiça e comprou uma caçadeira para travar o caso de violência doméstica.
A mãe do jovem suspeito, ao que o CM apurou, é a procuradora da República Auristela Gomes Pereira, responsável pelas investigações aos casos Portucale, pelas suspeitas de abate ilegal de sobreiros, e da compra dos submarinos pelo Estado, no Departamento Central de Investigação e Acção Penal.
Tanto a magistrada como o marido, que é juiz desembargador no Tribunal da Relação do Porto, receberam um telefonema na noite de segunda--feira: o filho de 17 anos acabara de se entregar à Polícia Judiciária depois de cometer um homicídio. Um juiz, em Loures, decidiu que vai aguardar julgamento em casa com pulseira electrónica.
FUGIU DO LOCAL DO CRIME, MAS ENTREGOU-SE À JUDICIÁRIA
O jovem de 17 anos comprou uma caçadeira e foi ao encontro do pai da namorada, pelas 22h00 de segunda-feira, na praça Alexandre Herculano, em Santo António dos Cavaleiros. Joãozinho Pereira estava com um filho de cinco anos junto ao campo de futebol, que assistiu a toda a discussão e aos dois tiros de caçadeira no peito do pai – acabou por morrer já no Hospital de Santa Maria, quando o estavam a operar. E o jovem suspeito, filho de dois magistrados, fugiu do local do crime, mas acabou por se entregar mais tarde, cerca de duas horas depois, à Polícia Judiciária. Joãozinho Pereira, 51 anos, vivia em Ramada, Odivelas, e deixa mulher e dois filhos – os três familiares que seriam alvo de violência doméstica.
PRISÃO DOMICILIÁRIA
Por decisão do juiz de instrução criminal, em Loures, o rapaz de 17 anos vai aguardar julgamento com pulseira electrónica, em prisão domiciliária.
AGREDIA A FAMÍLIA
Mulher e filhos seriam vítimas de agressões de Joãozinho Pereira. Jovem de 17 anos terá cometido crime para defender a namorada.
CRIMES DE HOMICÍDIO
A procuradora Auristela Pereira passou pelo DIAP de Lisboa e liderou precisamente investigações a crimes de homicídio.
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