Menina de quatro anos tem leucemia e precisa de um transplante. A família lançou uma campanha no Facebook e o elevado número de respostas levou o banco nacional a pedir ajuda a enfermeiros exteriores para recolher amostras.
A campanha para encontrar um dador de medula para Marta, a menina de quatro anos que tem leucemia, provocou um aumento de mais de seis mil dadores em apenas uma semana. De acordo com fonte do Registo Português de Medula Óssea (CEDACE), o número de possíveis dadores aumenta ao ritmo de "100 ou 120 por dia".
Marta soube que tinha leucemia em Fevereiro, já fez três ciclos de tratamento e procura agora um dador, já que ninguém da família é compatível. O transplante é a sua última esperança, daí que a família tenha criado uma página na rede social online Facebook para apelar a possíveis dadores.
A mensagem foi eficaz e só no sábado foram mais de 1300 as pessoas que se juntaram na escola da Marta para fazerem os testes de compatibilidade. Apesar da grande adesão, o laboratório do CEDACE ainda não conseguiu determinar se existe um possível dador, devido ao volume de amostras a analisar.
Susana Mendonça, do Registo, explica que "ainda temos de trabalhar as amostras dos últimos dias". Por enquanto, o CEDACE continua a receber pedidos de empresas particulares para fazerem recolhas. "Já tenho 20 brigadas para agendar e só desde as 08.00", contou ao final da manhã fonte da instituição.
Susana Mendonça assegura que o Registo está a conseguir dar resposta a todas as solicitações. "Estamos a adaptar as equipas para ter gente em todas as empresas que nos pediram uma brigada de recolha", justifica.
Uma das adaptações em curso é a formação de enfermeiros voluntários para participar nas brigadas, segundo disse ao DN Maria João Dray, tia de Marta. "O mês de Maio está já preenchido de recolhas fora do centro", confirma Maria João. O que só é possível graças ao trabalho do CEDACE e à vontade dos voluntários, realça.
"Tem sido fantástico o esforço que os profissionais do centro de recolha têm feito ao trabalhar aos fins-de-semana e feriados. Têm sido incansáveis no apoio à Marta", elogia a tia da menina, que também não esquece os milhares de dadores que acorreram quer ao Registo quer às brigadas de rua. Uma atitude que classifica de "comovente e emocionante".
Maria João Dray recorda as mais de 1300 pessoas que no sábado estiveram no Botãozinho, escola frequentada pela menina a quem foi diagnosticada leucemia em Fevereiro. "Foi emocionante ver as pessoas que se deslocaram no sábado convictas de que poderiam ajudar e não desmobilizaram, apesar das longas filas e da chuva", lembra.
Mas o objectivo desta campanha não é apenas ajudar a encontrar um dador para a Marta. A tia da menina sublinha que pretendem "apelar à recolha e desmistificar a ideia do que é dar medula e ao mesmo tempo não dramatizar a situação da Marta".
Por considerar que os portugueses ainda têm medo de dar medula, Maria João frisa que esta onda de divulgação serve para lembrar que basta dar uma pequena amostra de sangue. "Quero que as pessoas pensem: Será que o comodismo e o medo valem uma vida", questiona.
Hoje, a equipa de recolhas vai estar no Oceanário e esta semana vai passar ainda pelos colégios S. Tomás e S. João de Brito, além de algumas empresas privadas.
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in JN online, 28-4-2009
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