Destas mãos que falam, saem gritos d'alma, gemidos de dor, às vezes, letras com amor, pedaços da vida, por vezes sofrida, d'um quase iletrado escritor. Saem inquietações, também provocações, com sabor, a laranjas ou limões. Destas mãos que falam, saem letras perdidas, revoltas não contidas, contra opressões, das nossas vidas! (Alberto João)

domingo, 12 de abril de 2009

Yuri Gagarin chegou ao espaço há 48 anos...


Yuri Gagarin esteve em órbita só por 108 minutos , mas fez os russos ganharem a corrida aos EUA em plena Guerra Fria.

Por 23 dias, os americanos perderam a primazia histórica de colocarem um homem no espaço. O russo Yuri Gagarin fez o seu voo espacial de 108 minutos em 12 de Abril de 1961. Em cada ano, a data homenageia os cosmonautas.

Hoje é Dia do Cosmonauta, efeméride que corresponde mais à designação russa para os humanos que já viajaram pelo espaço, sejam eles designados noutros países como astronautas ou taikonautas. Na verdade, a comemoração pertence mais à memória da antiga URSS, que instituiu a comemoração do Dia do Cosmonauta para lembrar o feito de Yuri Gagarin faz hoje 48 anos. Com a aventura extra-terrestre deste major, o então líder Nikita Krushchev podia reivindicar a vitória sobre os norte-americanos na corrida ao espaço. O segundo lugar teve irremediavelmente de ficar para o astronauta Shepard, dos EUA, que só iriam recuperar o orgulho pleno quanto às viagens fora do planeta quando fizeram o seu passeio lunar em Julho de 1969. John Kennedy, assassinado em 1963, já não veria os resultados mais empolgantes do seu empenhamento na conquista espacial.

Comparada com as actuais viagens espaciais tripuladas, a aventura de Gagarin pode ser considerada um sobressalto, cheio de contingências difíceis e arriscadas, com precedentes em que figuraram apenas diversas espécies animais até à famosa cadela Laika. O cosmonauta, piloto com muitos anos de treino apesar dos seus 27 anos, orbitou a Terra durante menos de duas horas à velocidade alucinante de 27 mil quilómetros por hora e ejectou-se da cápsula em pára quedas para a descida.

Sobrevivente destes perigos, Gagarin não mais voltaria ao espaço. Estava destinado a cumprir o papel de herói nacional na propaganda interna e externa do regime soviético, que terá inviabilizado outras viagens com receio de perder nalguma delas este seu ícone também de dimensão internacional.

O cosmonauta ficaria por Terra, não deixando de manifestar o desagrado por isso. Morreria sete anos mais tarde num acidente aéreo, que algumas vozes do tempo interpretaram como destino irónico para o primeiro homem no espaço e outras vozes insinuaram como resultado de uma sabotagem, porque o seu perfil se terá desfocado da ortodoxa imagem de herói soviético, tornando-se incómodo.

Entretanto, Gagarine já tinha assistido à ida ao espaço da sua compatriota Valentina Tereshkova (1965), que orbitou a Terra 48 vezes em 71 horas. Ela era uma simples operária têxtil que fazia pára quedismo amador. O outro cosmonauta da URSS, Alexei Leonov, cumpriu a tarefa de sair da cápsula, num primeiro passeio espacial, em 1965.

Passadas duas gerações sobre o feito de Gagarin, o espaço tem estado bastante povoado. Ainda na quarta-feira passada, mais um turista espacial, norte-americano, regressou numa nave Soyuz ao cosmódromo do Cazaquistão, integrado na 19ª equipa de cientistas e astronautas (desta vez russos e americanos) que se deslocaram e fizeram estadas a bordo da Estação Espacial Internacional. Esta é só uma parte dos humanos que cumpriram missões "lá em cima", de nacionalidades cada vez mais diversas.

in JN online, 12-4-2009




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"Horta do Zorate" é o blogue pessoal de Alberto João (Catujaleno), cidadão do mundo em autoconstrução desde 1958.