Os egípcios tentavam branquear dentes com pedra pomes e vinagre; os nossos avós faziam-no, no século passado, com borato de sódio. Hoje recorre-se ao laser.
Segundo alguns médicos dentistas, também outros tipos de luz podem ter o mesmo efeito. E não são as luzes que branqueiam dentes, antes a sua utilização em simultâneo com produtos químicos - "as luzes potenciam a reacção química dos produtos na tentativa de tornar o processo de branqueamento mais rápido", afirma João Carlos Ramos, professor da Faculdade de Medicina de Coimbra. Para Pedro Rabaço, também médico dentista, director clínico da Clínica de Medicina e Estética M6 e docente da Faculdade de Medicina Dentária de Lisboa, a utilização de laser não passa de acção de marketing - "Associa-se a palavra laser a inovação e qualidade e o marketing aproveita-se disso", sublinhando que as luzes que aquecem de mais podem até provocar danos aos dentes.
Em princípio, qualquer pessoa com um bom estado de saúde oral pode efectuar um branqueamento dentário. Pacientes com problemas dentários (lesões de cárie, hipersensibilidade ou desgastes) e gengivais podem necessitar de tratamentos prévios. Quem possua restaurações e próteses fixas deve ser alertado que terá que proceder à sua substituição no final do tratamento, de forma a harmonizar a cor - os produtos de branqueamento não actuam na cor dos materiais que as compõem.
A eficácia e durabilidade do branqueamento dentário depende de vários factores - cor inicial dos dentes, idade dos pacientes, o método usado, higiene oral e alguns hábitos relacionados com o consumo de produtos 'pigmentantes', como o café, chá e tabaco - mas, por norma e desde que bem aplicado, dura vários anos.
Quando os dentes naturais, ou os pacientes, não reúnem as condições para se submeterem a um branqueamento, o médico pode envolver o dente com coroas em cerâmica, que corrigem não só a cor mas também pequenas "mal posições dentárias". "A coroa não é só um tratamento estético como pode aumentar a resistência do dente, e por isso está indicada para dentes fragilizados", explica Pedro Rabaço.
Já nos dentes em que o único problema é a estética - cor e forma - o indicado é a faceta cerâmica ou em compósito. É ainda o docente universitário de Lisboa que explica a diferença: "A faceta é uma peça em cerâmica que recobre somente a parte visível do dente. É aplicada através duma colagem que a transforma numa restauração resistente e segura".
Um branqueamento feito em casa, mas sob prescrição e acompanhamento médico, pode custar entre €200 e €400. Nas técnicas em consultório, o valor pode oscilar entre os €500 e os €800. João Carlos Ramos desaconselha os materiais de venda livre (supermercados, farmácias e TV-shop) publicitados como branqueadores.
in Expresso online, 19-4-2009
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