Convicções erradas, palavras infelizes, ideias mal explicadas, simples enganos. A política está recheada de soundbytes que perseguem para sempre os seus autores. O“mau hálito político” de Cavaco, denunciado ontem por Morais Sarmento, é apenas mais um exemplo.
Morais Sarmento, 2010: “Cada vez que o Presidente da República fala sentimos um mau hálito político do lado de cá da televisão”
O antigo ministro de Durão Barroso, em entrevista ao “Diário Económico”, lançou ontem um alerta para a possível derrota de Cavaco nas presidenciais
Mário Lino, em Junho de 2007: “Na margem Sul jamais, jamais [em francês]”
O ministro da Obras Públicas recusou mudar o novo aeroporto da OTA para Alcochete. Mas a realidade desmentiu-o pouco depois
Manuela Ferreira Leite, Setembro de 2009: “É como o filho que mata o pai e a mãe para dizer que é órfão"
Citicando a vitimização de José Sócrates
Cavaco Silva, em Dezembro de 2007: “O que é preciso fazer para que nasçam mais crianças em Portugal?”
Quando falava sobre a baixa natalidade
Manuela Ferreira Leite, em Maio de 2009: “Eu não acredito em reformas quando se está em democracia. Quando não se está em democracia é outra conversa: eu digo como é que é e faz-se. E até não sei se a certa altura não é bom haver seis meses sem democracia, põe-se tudo na ordem e então depois venha a democracia”
Almeida Santos, em Maio de 2007: “A margem Sul tem um defeito, que é precisar de pontes para passar para o lado Norte. Suponha que é dinamitada uma ponte… suponha! Porque hoje o terrorismo está na ordem do dia…”
Durante o debate sobre as virtudes da Ota ou Alcochete para construir o novo aeroporto, o presidente do PS invocou o terrorismo para defender a Ota
Santana Lopes, em Dezembro de 2004: “Este é um governo a quem ninguém deu quase o direito de existir antes dele nascer, e que, depois de nascer através de um parto difícil, teve que ir para uma incubadora e vinham alguns irmãos mais velhos e davam-lhe uns estalos e uns pontapés”
O então primeiro-ministro reagia às críticas dos barões do PSD contra o seu governo
José Sócrates, Maio de 2007: “Cada um de vós dará o seu melhor para um país mais justo, para um país mais pobre… perdão… mais solidário”
Num discurso sobre a nova lei da nacionalidade, em Maio de 2007, o primeiro--ministro quis deixar “uma mensagem de confiança” ao país. Mas tropeçou nos argumentos
Manuel Pinho, Janeiro de 2007: “Somos um país competitivo em termos de custos. Nomeadamente os custos salariais são mais baixos do que na média da União Europeia”
Numa visita oficial à China, o ministro da Economia enalteceu os salários baixos de Portugal face à restante UE
Carmen Pignatelli, Secretária de Estado-adjunta, em Maio de 2007: " “Vivemos num país em que as pessoas são livres de dizer aquilo que pensam… desde que seja nos locais apropriados”
Sobre suspensão de um professor que criticou Sócrates
João Jardim, Junho de 2005: “Há uns bastardos da comunicação social do continente, digo bastardos para não dizer filhos da puta, que aproveitaram este ensejo para desabar ódio sobre a minha pessoa”
A polémica sobre a acumulação de reformas e ordenados, em Junho de 2005, motivou a reacção contundente do presidente do governo da Madeira
Carlos Borrego, em 1993: “Sabem o que é que no Alentejo, em Évora, melhor dizendo, fazem aos cadáveres das pessoas que morreram ultimamente? Mandam-nos para reciclar para aproveitar o alumínio”
Depois da morte de 25 doentes da Unidade de Hemodiálise do Hospital de Évora, o ministro do Ambiente partilhou esta anedota numa rádio local. Demitiu-se no dia seguinte.
in "i" online, 09-3-2010
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