Destas mãos que falam, saem gritos d'alma, gemidos de dor, às vezes, letras com amor, pedaços da vida, por vezes sofrida, d'um quase iletrado escritor. Saem inquietações, também provocações, com sabor, a laranjas ou limões. Destas mãos que falam, saem letras perdidas, revoltas não contidas, contra opressões, das nossas vidas! (Alberto João)

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Humor ajuda doentes a superar dor e melhorar...


Para atenuar a dor e o sofrimento causados pela doença, profissionais de saúde podem lançar mãos a "palhaçadas"? Sem dúvida que sim, responde a primeira doutorada em Enfermagem pela Universidade de Lisboa.

Helena José desenvolveu o tema da sua tese no Hospital Distrital do Barlavento Algarvio, EPE, aí contando com a colaboração dos serviços e profissionais de saúde ligados a especialidades cirúrgicas. Ali convergem doentes com alguma ou muita gravidade, sofrendo de problemas agudos ou crónicos. A dor é a vivência em comum nestes doentes que, no grupo estudado, incluíu também vítimas de queimaduras graves.

Helena José, que é professora da Escola Superior de Saúde da Universidade do Algarve, trabalhou no terreno da enfermagem entre 1986 e 1999, lidando directamente com urgências e blocos operatórios.

Neste estudo que serviu de base à sua tese de doutoramento (em que na passada sexta-feira foi aprovada com distinção e louvor) ela recorreu à cooperação de 19 enfermeiros e de 77 doentes; a observação directa no hospital decorreu ao longo de um semestre.

Aos profissionais de saúde foi pedido que usassem diversos estratagemas no seu contacto com os doentes ali internados: uma flor no cabelo, um autocolante com o traço simbólico internacional do sorriso afável, o nariz de palhaço redondo que uma campanha dirigida a crianças doentes já consagrou um pouco por todo o mundo. Outras armas: os filmes do desajeitado "Mr.Bean" ou o campeão das repetições portuguesas "Aldeia da Roupa Branca".

Mas estes são apenas instrumentos. Helena José defende que "o humor deve estar integrado na acção profissional do enfermeiro", porque isso significa uma mais-valia para o doente. "O bom humor faz-nos bem", afirma, para lembrar que "há já muita evidência científica do efeito do bom humor, por exemplo, pela libertação das endorfinas" (que potenciam a sensação de bem-estar, como parece acontecer quando comemos chocolate).

"Nem mesmo a pessoa mais rabugenta está desprovida de humor", comenta Helena José sobre a hipótese de alguns doentes não reagirem.
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in JN online, 01-02-2009

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"Horta do Zorate" é o blogue pessoal de Alberto João (Catujaleno), cidadão do mundo em autoconstrução desde 1958.