«...o país que deixou morrer na cama em 2006, sem um dia de prisão cumprido, o chefe da brigada que matou Delgado é o mesmo em que, a torto e a direito, se apoda gente de fascista e ditador enquanto se suspira pelo "tempo dos homens sérios" apontando Salazar como modelo. O país do "é tudo igual". Mas não, não é. Facto: Salazar nada teve de democrata e é duvidoso que tivesse algo a ver com Cristo. Facto: por mais que insulte todos os que sabem distinguir democracia e ditadura e por mais que injurie os democratas-cristãos verdadeiros, dos quais muitos lutaram contra Salazar (e quantos estariam nas ruas de Porto e Lisboa a gritar por Delgado), pode-se dizer, hoje, em Portugal, "Salazar foi um democrata-cristão convicto". Pode. Não é proibido nem dá prisão. É só aviltante. É só estulto. É só falso.»
Fernanda Câncio na crónica 'Obviamente infame', in DN online, 10-9-2010
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