Destas mãos que falam, saem gritos d'alma, gemidos de dor, às vezes, letras com amor, pedaços da vida, por vezes sofrida, d'um quase iletrado escritor. Saem inquietações, também provocações, com sabor, a laranjas ou limões. Destas mãos que falam, saem letras perdidas, revoltas não contidas, contra opressões, das nossas vidas! (Alberto João)

segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

MEMÓRIAS: Vasco Santana em 'Pátio da Cantigas', 1942



 

"Excelência vai perdoar-me a inconveniência, mas podia fazer o obséquio de me dar um bocadinho do seu lume?

(não obtendo resposta do candeeiro, continua a falar para ele)

Compreendi-te!
Não te dignas dar lume a um humilde transeunte.
Não te dignas baixar-te a mim, convencido que és alguém.
Estás convencido que lá por dares luz a uma simples rua, és igual ao sol, que dá luz ao mundo.
Desculpa que te diga, mas és um ilusionista, um ilusionista e um vaidoso.
De resto, és igual a todos os homens, perfeitissimamente igual.
Julgas que és alguém sem te lembrares que há outros que estão muito acima. Onde é que eu já li isto?!
Decididamente não me queres dar lume.
Boa noite!"

Vasco Santana em 'Pátio da Cantigas', 1942.


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"Horta do Zorate" é o blogue pessoal de Alberto João (Catujaleno), cidadão do mundo em autoconstrução desde 1958.