Destas mãos que falam, saem gritos d'alma, gemidos de dor, às vezes, letras com amor, pedaços da vida, por vezes sofrida, d'um quase iletrado escritor. Saem inquietações, também provocações, com sabor, a laranjas ou limões. Destas mãos que falam, saem letras perdidas, revoltas não contidas, contra opressões, das nossas vidas! (Alberto João)

quarta-feira, 17 de janeiro de 2024

Rebuçados Dr. Bayard




O Dr. Bayard era um francês refugiado em Portugal no inicio da II Guerra Mundial, e um dia ao entrar numa mercearia na baixa lisboeta, conheceu o jovem Álvaro Matias, que trabalhava como vendedor durante o dia e à noite vendia doces em cafés e bares das salas de espectáculos de Lisboa.
O jovem vendeu-lhe mais presunto do que era permitido, por causa do racionamento, dando início a uma relação de amizade. Acabou por servir de guia ao Dr. Bayard e à sua família pelos pontos turísticos de Lisboa e interessou-se em aprender a língua francesa.
Quando o Dr. Bayard resolveu voltar para França, como forma de agradecimento, ofereceu-lhe uma receita de uns rebuçados que eram um “alívio rápido da tosse e constipações”.
Álvaro tentou fabricá-los com a ajuda de um amigo que trabalhava na Pastelaria Belém, mas o resultado foi desastroso.
Não desistiu, e hoje, a fábrica produz quatro toneladas de rebuçados por dia, mantendo o segredo da receita, composta de açúcar, glucose e mel dissolvidos num chá de plantas medicinais, tão deliciosos como a história que lhes deu origem.
Fonte: Dr. Bayard

 

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"Horta do Zorate" é o blogue pessoal de Alberto João (Catujaleno), cidadão do mundo em autoconstrução desde 1958.